O redirecionamento de parte dos recursos do crédito agrícola para o seguro rural foi debatido nesta sexta-feira (19), durante o Seminário Técnico Nacional sobre Gestão de Riscos Agropecuários e Seguros Paramétricos, realizado na sede da Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo (SP). A medida é apontada como alternativa para reduzir as perdas da agricultura diante das mudanças climáticas e aumentar a segurança financeira do setor.
Atualmente, apenas 7,4% da área semeada no Brasil conta com cobertura de seguro rural. Esse índice, que já chegou a 13%, vem registrando queda nos últimos anos. Para a safra 2025/26, a estimativa é de que os recursos destinados ao seguro cubram cerca de 5 milhões de hectares — o menor volume assegurado em uma década.
Segundo os especialistas presentes, a realocação de recursos poderia tornar o seguro rural mais acessível e efetivo, ao mesmo tempo em que reduziria a dependência de renegociações de dívidas e diminuiria a pressão sobre as contas públicas. Outro ponto em discussão é o aproveitamento dos valores não executados do crédito agrícola, que poderiam ser transferidos para fortalecer o programa de seguro.
O debate também envolveu a necessidade de uma proposta robusta e alinhada entre União, estados e Congresso Nacional, garantindo que os recursos públicos destinados ao seguro cheguem de forma eficiente aos produtores. Além disso, foram levantadas preocupações sobre a eficácia do atual Plano Safra, em meio ao impacto de juros elevados sobre os financiamentos.