Uma produtora rural, que preferiu não se identificar, registrou em vídeo o momento em que um drone sobrevoava plantações aplicando veneno em uma área conhecida como Terra da União, no interior do Acre. A prática é considerada irregular e traz riscos tanto ao meio ambiente quanto às comunidades que vivem na região.
Segundo a produtora, moradores relataram contaminação de castanheiras e da vegetação nativa, além da aplicação de agrotóxico próximo a igarapés utilizados para consumo de água. “O veneno vai longe. Disseram que até a beira do garapé ficou amarela, tudo morto. Muita gente toma água dali”, relatou.
O caso também preocupa entidades ligadas ao extrativismo. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Extrativistas e Assemelhados do Acre (Sinpasa), Josimar Ferreira do Nascimento, a prática configura uma nova forma de degradação ambiental.
“Esse sistema de envenenamento mata a fauna, a flora, prejudica animais domésticos, fontes de água e castanheiras centenárias. É uma prática usada para abrir espaço para pastagem sem precisar desmatar de forma convencional: mata-se tudo com veneno, planta-se capim e coloca-se gado”, afirmou.
O sindicato defende que o caso seja investigado pelos órgãos de fiscalização ambiental, diante dos indícios de crimes contra o meio ambiente e contra comunidades tradicionais que dependem dos recursos naturais para sobreviver.