Setembro é um mês decisivo para a agricultura no Acre. Com o fim do período mais intenso da estiagem e a chegada das primeiras chuvas, os produtores rurais precisam ficar atentos ao surgimento de doenças que encontram no calor e na umidade um ambiente ideal para se espalhar. Tanto nas lavouras quanto na pecuária, algumas enfermidades podem trazer prejuízos se não forem identificadas e controladas a tempo.
Entre as culturas anuais, a soja deve ter atenção especial à ferrugem asiática, que tende a se manifestar a partir de setembro com o aumento da umidade relativa do ar. No milho, a mancha de cercóspora pode causar perdas de produtividade, principalmente em plantas enfraquecidas pela seca.
Na fruticultura, a banana corre risco com a sigatoka-negra, favorecida pela alternância de calor e chuvas esparsas. Já em pomares de manga e citros, a antracnose costuma se intensificar nesse período, provocando manchas e podridões nos frutos. Nas hortaliças, como tomate e batata, doenças como míldio e pinta-preta ganham força com noites mais úmidas e dias abafados.
O alerta também se estende à pecuária. Com pastagens secas e de baixa qualidade, aumenta a vulnerabilidade do rebanho às clostridioses, como o carbúnculo sintomático e o botulismo, que podem contaminar animais debilitados e causar mortalidade rápida.
Para reduzir os riscos, especialistas recomendam medidas preventivas:
- Monitoramento constante das lavouras, especialmente em áreas já afetadas em safras anteriores.
- Uso de defensivos agrícolas de forma planejada e responsável, respeitando orientações técnicas.
- Práticas de manejo integrado, como rotação de culturas e escolha de variedades mais resistentes.
- Na pecuária, vacinação preventiva contra clostridioses e suplementação nutricional para fortalecer o gado durante a seca.
Com atenção redobrada em setembro, o agricultor pode minimizar perdas e garantir uma transição mais segura para o período chuvoso, assegurando maior produtividade e qualidade na safra.