O Acre, com sua diversidade agrícola e condições climáticas favoráveis, entra em um período importante para o cultivo de pimentas. Algumas variedades estão em safra e têm potencial para aquecer os mercados locais, seja no consumo in natura, em conservas, molhos ou no fornecimento para a indústria.
Entre as espécies de maior destaque está a pimenta longa (Piper hispidinervum), nativa da região amazônica. Cultivada principalmente para extração de óleo essencial rico em safrol, ela ganha força na transição do período chuvoso para o seco, quando os cortes apresentam maior rendimento. Esse produto é valorizado por indústrias de cosméticos, perfumaria e defensivos naturais, abrindo espaço para uma cadeia de valor além do consumo direto.
Outra variedade que começa a ganhar espaço é a pimenta-do-reino (Piper nigrum). Embora ainda incipiente no Acre, a cultura é consolidada em outros estados da região Norte e pode ser uma alternativa rentável. A colheita geralmente ocorre entre agosto e outubro, aproveitando a fase de amadurecimento dos grãos. O produto tem grande aceitação no mercado interno e potencial de exportação.
As pimentas do gênero Capsicum, como a malagueta, a dedo-de-moça e a cumari, também estão em período de boa oferta. Tradicionalmente presentes nas cozinhas acreanas, essas variedades são cultivadas em pequenas propriedades e movimentam feiras e mercados municipais. Além disso, cultivares melhoradas pela Embrapa, como BRS Mari e BRS Moema, vêm se mostrando adaptadas ao clima quente e úmido da região, oferecendo maior produtividade e resistência.
A safra atual representa oportunidade tanto para consumo local quanto para a agroindustrialização. Conservas, molhos artesanais, pimentas desidratadas e extratos são alternativas que agregam valor e ampliam a renda dos agricultores. Para o consumidor, significa mais diversidade e produtos frescos à disposição nas feiras e supermercados.
Com o crescimento da demanda por temperos e produtos derivados, as pimentas se consolidam como uma das culturas capazes de fortalecer a agricultura familiar, gerar renda e dinamizar os mercados do Acre.