Governo Federal vai construir 224 casas na Ocupação Marielle Franco

Com apoio da Agricultura Familiar, do PAA e do Ministério do Desenvolvimento Social e Governo do Acre, duas Cozinhas Solidárias produzem mais de 9 mil refeições mensais no local onde irão ser construídas as casas

Itaan Arruda
Moradias do Minha Casa Minha Vida: programa vai contemplar 224 famílias da Ocupação Marielle Franco em Rio Branco.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a comunidade da ocupação Marielle Franco conquistaram uma vitória. Foi publicada no Diário Oficial da União uma portaria do Ministério das Cidades autorizando a contratação para construção de 224 unidades habitacionais, entre casas e apartamentos. O programa responsável pelas obras é o Minha Casa Minha Vida na modalidade Entidades.

A entidade sem fins lucrativos responsável pela mediação de todo processo foi justamente o movimento social MTST. O agente financeiro é a Caixa Econômica Federal e o agente operador é o Governo do Acre. O Governo do Estado anunciou que iria ser parceiro desse trabalho em maio do ano passado.

“Não estamos criando favelas. Estamos criando moradias”, comemorou Jamyr Rosas, um dos coordenadores do MTST no Acre. Essas casas não serão dadas aos moradores. Elas serão pagas em parcelas subsidiadas pelo Governo Federal por meio da Caixa Econômica Federal. A mão de obra utilizada pelas empresas para as obras deve priorizar os moradores do local. “O trabalhador vai erguer a casa dele e da comunidade dele”, explica Jamyr Rosas, em tom de entusiasmo.

Ainda não há uma data específica para início das obras. A expectativa é que isso ocorra em 30 dias. A Caixa Econômica Federal deve formalizar a assinatura do contrato na comunidade, junto com o Governo do Acre.

Desafio é conseguir oferecer o café da manhã

O trabalho do MTST junto às duas cozinhas solidárias mobiliza uma rede de voluntários de 60 pessoas atualmente. Em um mês, aproximadamente, 3 toneladas de alimentos, cedidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social, pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, pela Conab e pela Secretaria de Estado de Agricultura.

Está sendo construída uma terceira cozinha solidária. Desta vez é a comunidade do Mutambo (região do Quixadá) que será beneficiada. Quando estiver finalizada, a rede de voluntários aumenta para 90 pessoas e a expectativa é que passe de 9 mil para 13 mil refeições mensais distribuídas às famílias vulneráveis.

“Nós estamos tentando buscar ajuda para que possamos dar, além do almoço, um café da manhã para as crianças que vão para a escola”, afirmou Jamyr Rosas. “Nós constatamos que a maioria dessas crianças que vai pra escola não toma café em casa pela manhã. A última refeição que ela fez foi às sete da noite do dia anterior, da marmita que foi dada por nós e dividida entre almoço e janta. Então, essa criança fica 13, 14 horas sem se alimentar porque ela só vai comer às 9 horas, na merenda da escola”.

O MTST busca sensibilizar o empresariado para ajudar na estrutura para que seja oferecido o café da manhã. Mas tem encontrado dificuldades. Já foram compradas garrafas de café, mas outros instrumentos são necessários. “Por mais que a gente faça campanhas, nós não conseguimos arrecadar nada aqui no Acre”, lamenta. A ajuda tem vindo do MTST nacional.

Compartilhar esta notícia
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *