Virose ameaça lavouras de tomate e eleva preços em 2025

Doença causada pelo Begomovírus, transmitido pela mosca-branca, preocupa produtores e exige manejo rigoroso para evitar prejuízos

Luiz Eduardo Souza

O cultivo de tomate no Brasil, responsável por gerar entre cinco e seis empregos por hectare/ano, segundo a Embrapa, enfrenta um desafio grave em 2025: a disseminação de uma virose que já afeta lavouras em diversas regiões do país. Estados como Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e o Distrito Federal registraram, desde fevereiro, plantas doentes e perda significativa de produção. A consequência imediata foi a redução da oferta e o aumento no preço do fruto, afetando toda a cadeia produtiva.

Pesquisas do Laboratório de Diagnóstico Fitossanitário da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), divulgadas pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), identificaram o Begomovírus, da família Geminiviridae, como o causador da doença. O vírus é transmitido pela mosca-branca (Bemisia tabaci), praga registrada no Brasil desde 1950, mas que estava controlada há cerca de uma década. Condições climáticas no final de 2024 e início de 2025 — baixa umidade e temperaturas elevadas — favoreceram a rápida proliferação do inseto, que migra das lavouras de soja em final de ciclo para áreas recém-plantadas de tomate.

Os sintomas incluem clareamento das nervuras, manchas cloróticas, deformação e enrolamento das folhas, redução da área foliar e nanismo. Nos frutos, há amadurecimento irregular, polpa descolorida e sem sabor, além de tamanho reduzido. Casos mais graves podem levar à morte da planta, tornando urgente a detecção precoce e o manejo da praga.

Para o controle, especialistas recomendam cuidados redobrados nos primeiros 30 dias após o transplantio, evitando o plantio sucessivo e limitando a diferença de idade entre cultivos a no máximo 60 dias. Também é importante controlar plantas daninhas, evitar proximidade com culturas que hospedam a mosca-branca, como soja, algodão e feijão, e adotar manejo integrado, que pode incluir o uso criterioso de inseticidas. Essas ações são essenciais para proteger a produção e minimizar os prejuízos causados pela virose.

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