A papaína, enzima extraída do látex do mamão verde (Carica papaya L.), vem ganhando destaque por sua versatilidade e alto valor agregado. Com capacidade de quebrar proteínas, ela é amplamente utilizada na indústria alimentícia como amaciante de carnes e clarificante de bebidas como sucos e cervejas. Mas seus usos vão além da cozinha: está presente em cosméticos esfoliantes e cicatrizantes, além de suplementos digestivos voltados à saúde humana.
Para os produtores rurais, a exploração da papaína representa uma alternativa interessante de diversificação. Frutos que não servem para o comércio in natura, por exemplo, podem ser aproveitados na extração do látex, transformando perdas em oportunidade de renda. O processamento da substância ainda abre portas para o fornecimento a diferentes segmentos industriais, que buscam ingredientes naturais e multifuncionais.
Na pecuária, a papaína também tem se mostrado promissora. Quando adicionada às rações, melhora a digestão de proteínas, otimizando a absorção de nutrientes e contribuindo para o ganho de peso dos animais. Além disso, estudos indicam que ela pode ser usada no tratamento de feridas, acelerando a cicatrização e auxiliando no desbridamento de tecidos necrosados em bovinos e equinos, sempre com acompanhamento veterinário.
Esse potencial multifacetado transforma o mamão em muito mais que um fruto tropical: ele se torna fonte de uma enzima com valor crescente no mercado, capaz de beneficiar desde a gastronomia até a saúde animal e humana.