Complexo Industria do Café do Juruá muda cenário para pequenos produtores

Presidente da Coopercafé destaca impacto social da nova agroindústria no Acre, que já gerou renda para mais de 700 trabalhadores e transforma a realidade de famílias antes dependentes de auxílios e pescaria

Luiz Eduardo Souza
Jonas Lima analisa cenário de mudança com entrada em operação do Complexo Industrial do Café do Juruá. (Foto: Luiz Eduardo)

O funcionamento do novo Complexo de Café no Vale do Juruá marca o início de uma transformação econômica e social sem precedentes para a região. Em entrevista, Jonas Lima, presidente da Coopercafé, celebrou o avanço do cooperativismo e os efeitos diretos da agroindústria na geração de emprego, renda e dignidade para centenas de famílias.

“É um impacto gigantesco para a região do Uruar — e eu sempre falo: não só para o Uruar. Esse modelo de cooperativa vai contagiar o estado inteiro, no melhor sentido, porque traz para dentro do sistema aquelas pessoas que antes não conseguiam nem entrar em um banco para fazer financiamento”, explicou Jonas.

A Coopercafé conta hoje com 172 cooperados, sendo mais de 70% deles do município de Mâncio Lima, o que revela o protagonismo da cidade nesse novo momento do setor cafeeiro. De acordo com Jonas, o prefeito Zequinha Lima, que também é cooperado, tem sido um dos principais apoiadores da iniciativa. “Ele está investindo fortemente no cooperativismo. E com essa união entre produtores, cooperativa e o poder público, a tendência é só crescer”, disse.

A agroindústria começou a operar no dia 22 de abril e, desde então, está funcionando em plena capacidade. O impacto mais visível é a geração de empregos temporários durante a colheita: mais de 700 pessoas da região do Juruá foram contratadas para trabalhar na safra de café, recebendo entre R$ 100 e R$ 300 por dia.

“Se você colocar uma média de R$ 100 por pessoa, são R$ 70 mil por dia circulando aqui. Em uma semana, são R$ 350 mil. E isso por dois meses consecutivos. É dinheiro indo direto para a mão das famílias. Tem colhedor recebendo até R$ 300 por dia. É um avanço extraordinário”, destacou o presidente da Coopercafé.

Em 2024, a região está colhendo 700 hectares de café. Em 2025, a projeção é chegar a 1.300 hectares, e em 2026, a 1.600 hectares, o que ampliará ainda mais o número de empregos e o impacto econômico positivo.

Jonas também ressaltou a articulação política que tornou possível o investimento. “Esse complexo só está aqui porque tivemos apoio em Brasília. A Perpétua Almeida, que está na Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), fez esse elo com o governo federal, com o presidente Lula. Não existe investimento desse porte para o pequeno produtor em nenhum outro lugar da região Norte.”

Para ele, o Complexo do Café não é apenas uma agroindústria — é um projeto de transformação social. “Estamos mudando a história de quem sempre viveu à margem, e agora colhe os frutos do cooperativismo. Isso é desenvolvimento com inclusão”, concluiu.

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