Com o fim da safra do cupuaçu, o mercado começa a sentir os efeitos da entressafra, período em que a fruta se torna mais escassa e os preços tendem a subir. Tradicional na produção agroindustrial do Acre, o cupuaçu costuma ter sua colheita concentrada entre os meses de janeiro e março, com início gradual da frutificação a partir de outubro. Agora, em junho, a oferta da fruta já é praticamente nula nas colônias e propriedades familiares.
A baixa disponibilidade no campo tem reflexo direto nos preços: tanto a fruta in natura quanto a polpa congelada começam a apresentar reajustes. Com menos produto sendo colhido, os estoques das pequenas agroindústrias vão se reduzindo, o que eleva o custo da matéria-prima e, por consequência, impacta o preço final ao consumidor.
Para o agricultor, esse momento é de pausa na colheita, mas também de planejamento. Alguns produtores que conseguiram armazenar polpa conseguem melhores margens de lucro agora, justamente pela valorização fora de safra. Já quem depende da venda direta da fruta vê o faturamento cair nesse período, o que pode comprometer o fluxo de caixa das famílias que vivem da agricultura familiar.
Na ponta do consumo, a população sente o impacto no bolso. Produtos derivados como sucos, sorvetes, doces e bombons começam a subir de preço, especialmente nas confeitarias, lanchonetes e feiras. Em algumas regiões, o quilo da polpa de cupuaçu já apresenta aumento de até 20% em comparação aos meses de pico da colheita.
Enquanto o novo ciclo produtivo não começa, a expectativa é de que o mercado continue aquecido, mas com preços elevados. A próxima safra só deve ganhar força a partir de janeiro de 2026, o que mantém a fruta como artigo mais valorizado até lá.
