Sessão da Aleac é pautada pela emoção dos pequenos pecuaristas da Transacreana

“Esse estado está completamente engessado. Desse jeito, não vamos conseguir crescer”, diz presidente da Associação dos Pequenos Pecuaristas da Transacreana

Foto: Sérgio Vale

A emoção dos pequenos pecuaristas da Transacreana recebeu a devida e calculada acolhida da Assembleia Legislativa do Acre. A sessão plenária acabou servindo como um grande desabafo de muitos criadores de bezerro da região.

O presidente da Associação dos Pequenos Pecuaristas da Transacreana, José Augusto Pinheiro, fez um alerta direto ao governador Gladson Cameli que, segundo ele, tem como intervir no debate.

“O governador Gladson Cameli é do Juruá. Nós já temos mais de 52% do nosso território transformado em reservas, por leis federais e estaduais. E, ainda assim, somos obrigados a manter mais 80% como reserva legal. Esse estado está completamente engessado. Desse jeito, não vamos conseguir crescer”, avaliou Pinheiro.

À medida que os pequenos pecuaristas iam revezando o discurso na tribuna, a emoção era renovada. Impactados com a própria história, iam às lágrimas ao lembrar de dificuldades próprias de quem lida com a rotina do meio rural, mas que, em um ambiente de criminalização das leis ambientais, vira comprovação de direito violado.

As ausências do Estado no que se refere à infraestrutura dos ramais, problemas relacionados à Saúde na zona rural e florestal, Educação dos filhos e dos pais, tudo acaba sendo canalizado para a atuação das Leis Ambientais e a conduta dos órgãos de fiscalização dessas leis, com destaque para Ibama e ICMBio. Poucos foram os que citaram a defesa da legislação feita pelo Ministério Público Federal e pela Justiça Federal.

No encerramento da fala, Pinheiro arrematou com o raciocínio que motivou a mobilização: a conquista de espaço político. “Se esta Casa, junto com os deputados federais, os senadores, o governador e os prefeitos, não fizer esse enfrentamento, o Acre vai perder sua soberania. Eu conclamo a esta Casa: ajudem os produtores rurais a não falirem”, provocou.

Gutierrez Ferreira da Silva, que tem viralizado em vários vídeos nas redes sociais mostrando a ação dos agentes de fiscalização ambiental do ICMBio na propriedade de 162 hectares, foi outro pecuarista que reforçou o clima de emoção. Ele entende que o extrativismo está ultrapassado. “Não temos mais castanha, nem borracha. Essa realidade já passou. Hoje, sobrevivemos da pecuária e da agricultura familiar”, afirma.

As declarações do presidente da Associação dos Pequenos Pecuaristas da Transacreana e do pecuarista da Resex Chico Mendes foram transcritas a partir do site da Aleac.

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