Produtora rural denuncia apreensão e abate brutal de gado prenhe em operação do ICMBio

Com bezerros berrando de fome, produtora lamenta apreensão e abate de animais vulneráveis

Com indignação e tristeza, a produtora rural Mariana Rodrigues da Silva denuncia o que classifica como um ato brutal e injusto durante uma operação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Segundo ela, o gado da família foi apreendido, levado e abatido sem qualquer consideração pelo estado vulnerável dos animais.

“Meu gado foi preso ontem. Eles abriram a cerca, tiraram o mourão, levaram tudo para o curral do vizinho dizendo que um gado tinha se misturado. Mas o que mais me dói é que embarcaram vacas mojando para parir, vacas paridas com bezerros de dois meses no pé. Os bezerros estão berrando, vão morrer de fome!”, relata Mariana, visivelmente revoltada.

Ela conta que foram levados 20 animais, entre vacas prenhes, novilhas, garrotes magros que não servem para abate e bezerros recém-nascidos. “Eles não têm piedade! Estão levando bezerro que não serve para nada, que é magrinho, garrotezinho. O homem do frigorífico até falou em áudio que o gado ia para a graxaria, descartado, jogado fora”, denuncia.

A produtora insiste que nenhuma vaca na colônia está desmamada ou sem bezerro, ressaltando a crueldade da operação: “Não tem uma vaca que não esteja ou com o mojão, ou com bezerro saindo, ou com o bezerro no pé. Nenhum deles foi desmamado. Eu mesma estava parindo vaca no campo!”.

Para piorar a situação, Mariana lembra que existe uma decisão judicial que suspende apreensões até o fim do processo que a família recorre, o que não foi respeitado pelos fiscais. “Meu pai tem uma decisão de juiz federal que suspende essa apreensão. O processo não está julgado, está em trâmite, mas mesmo assim eles fizeram isso”, lamenta.

Este caso revela não só a dor de uma produtora que vê seu trabalho e sua família ameaçados, mas também a complexidade dos conflitos envolvendo fiscalização ambiental e direitos dos produtores rurais. Mariana espera que a justiça seja feita e que situações como essa não se repitam.

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