Abate de gado apreendido em operação do ICMBio inicia nesta terça-feira

Produtores denunciam que até garrote com menos de 15 arrobas devem ser abatidos

Itaan Arruda
Animais apreendidos na operação Suçuarana são levados para abate em frigorífico de Brasiléia, sob críticas de produtores locais.

O clima volta a ficar tenso na região do Vale do Alto Acre. O abate das vinte primeiras cabeças de gado apreendidas na Operação Suçuarana, do ICMBio, estava marcado para iniciar às 5 horas da manhã desta terça-feira (10).

Houve dificuldade em encontrar caminhões que fizessem o transporte do gado apreendido até os pontos de abate. Técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre inspecionaram o gado apreendido. “Eles apreenderam até vaca parida. Tem bezerro aqui de vinte dias de nascido, berrando o tempo todo”, disse a filha de um dos produtores.

Os produtores informaram que entre os vinte animais apreendidos e que foram destinados ao abate há garrotes com menos de 15 arrobas. São 9 vacas, 4 garrotes e 7 bois. “O que me deixou mais indignado foi que o rapaz estipulou o preço da carne a 12 reais o quilo e que se o frigorífico não quisesse comprar a carne era para abater e jogar na graxaria”, afirmou uma fonte da região.

Uma fonte do frigorífico de Brasiléia onde será feito o abate informou que foi dada alternativa: “ou o frigorífico compra o gado e manda para uma ONG lá do Pará ou abate o gado e descarta na graxaria”.

Estava prevista uma manifestação de produtores para esta terça-feira, mas foi suspensa. Os organizadores da manifestação não conseguiram mobilizar pessoas suficientes.

Apreensão _ A apreensão de qualquer produto de crime, incluindo tratores, maquinários de dragas, motosserras, caminhões, aviões, todo produto que é resultado de uma ação criminosa e que os agentes de fiscalização ambiental não têm condições de transportar podem ser inutilizados. Uma maneira de inviabilizar a reutilização para a manutenção da atividade criminosa.

A apreensão do gado guarda relação semelhante. Teoricamente, o gado apreendido é fruto de um processo. De acordo com o ICMBio, os produtores vêm descumprindo acordos de uso sustentável firmados para ocupação de áreas da reserva. A criação de gado em volume muito superior ao permitido é uma dessas irregularidades. Venda e compra de lotes dentro da reserva, de acordo com o ICMBio, é outra irregularidade, além da grilagem.

O tema é polêmico e encontra ambiente político adequado para ficar ainda mais acirrado. Uma parte dos infratores chegou à região recentemente. Mas há casos de pessoas que estão na região há mais de 30 anos.

Compartilhar esta notícia
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *