O avanço da colheita brasileira de café, com destaque para o conilon, derrubou os preços da commodity no mercado internacional nesta última semana. Em Londres, os contratos futuros fecharam com queda de 6%, a US$ 4.510 por tonelada. Já em Nova York, a desvalorização foi de 5%, com recuo diário de 2% na sexta-feira, encerrando a US$ 3,42 por libra-peso.
De acordo com Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, a colheita do conilon já alcança de 25% a 30% da área, mantendo bom ritmo mesmo com chuvas em algumas regiões. O uso de secadores tem reduzido a dependência do clima. No caso do arábica, o progresso varia entre 10% e 12%.
Apesar do ritmo acelerado, o mercado ainda precifica perdas na produção causadas por problemas climáticos durante o ciclo, como estiagem e falhas na florada. Houve alguma recuperação com a volta das chuvas e do sol desde janeiro, mas a produtividade segue comprometida, especialmente no café arábica.
No mercado interno, os preços passam por correções após a forte valorização registrada em 2024. A tendência para 2025, segundo analistas, é de estabilização — movimento típico deste período de colheita.
Com o fim da primeira frente fria do ano, que não trouxe riscos imediatos às lavouras, o setor já começa a mirar a próxima florada, prevista para setembro. Ela será determinante para a safra de 2026, que pode ser uma das maiores dos últimos anos, mas ainda depende das condições climáticas ao longo do inverno.