Prefeitos de cidades isoladas têm que superar desafio de fazer maquinário chegar ao município

Para chegar até o Jordão, maquinário demora 20 dias, seguindo de balsa, “se o rio oferecer condições”, ressalta o prefeito Naudo Ribeiro

Itaan Arruda

Os prefeitos das cidades isoladas do Acre receberam maquinários do ProMaq, o programa do Governo Federal que garante máquinas e implementos agrícolas direto para prefeituras, cooperativas e associações de produtores rurais. Tudo voltado para a agricultura de base familiar. O desafio a ser superado, agora, é garantir que esses equipamentos cheguem até o município.

O caso mais grave talvez seja o do município de Jordão. O prefeito Naudo Ribeiro já contratou uma empresa em Tarauacá para fazer o transporte até a cidade. De Rio Branco até Tarauacá, a retroescavadeira hidráulica vai ser levada em cima de um pranchão cedido pela Prefeitura de Rio Branco.

De Tarauacá até o Jordão, o equipamento segue em uma viagem que demora entre 10 a 20 dias. “Isso se o rio oferecer condições”, ressalta o prefeito de Jordão, Naudo Ribeiro. “Se tiver pouca água, aí demora uns trinta dias em cima da balsa”.

Outro detalhe o prefeito Naudo Ribeiro não abre mão: o seguro. “Só transporto com seguro. Há um ano, eu estava carregando duas pás carregadeira e as duas caíram no rio. Ficaram 30 dias debaixo d’água”, lembra. “A empresa retirou e garantiu a entrega trinta dias depois”.

Nessa ação do ProMaq, o município de Jordão vai priorizar a melhoria dos ramais e a construção de açudes para garantir a segurança alimentar de várias comunidades rurais.

O município de Mâncio Lima, o mais oriental do Brasil, tem uma situação um pouco menos complicada. As duas PC que recebeu pelo ProMaq também segue em um caminhão prancha de três eixos. Transporte garantido pelo Governo do Estado.

O prefeito de Marechal Thaumaturgo, Valdélio Furtado, quer mudar a realidade  de o quilo do peixe custar R$ 30 na cidade. “Quero fazer açudes para garantir segurança alimentar para as comunidades”, afirmou. Para isso, recebeu uma escavadeira hidráulica.

O maquinário segue de caminhão prancha do Deracre até Cruzeiro do Sul na segunda-feira. De Cruzeiro do Sul até Marechal Thaumaturgo, são quatro dias de balsa subindo o Rio Juruá. Diferente do Rio Jordão, o Rio Juruá tem calado maior.

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