Verminose bovina pode causar prejuízos milionários a produtores do Acre

Especialista recomenda vermifugação estratégica durante o período seco para reduzir perdas e garantir maior produtividade do rebanho acreano.

Luiz Eduardo Souza

A verminose bovina, também conhecida como parasitose, é uma das principais ameaças à produtividade e ao bem-estar do rebanho no Acre. O alerta é do médico veterinário, criador de gado e sub-secretário de Estado de Agricultura, Edivan Azevedo, que explica: os vermes afetam principalmente o trato gastrointestinal e os pulmões dos animais, comprometendo seriamente a saúde do gado.

“Esses parasitas se alojam preferencialmente no abomaso, intestino delgado, intestino grosso e pulmões. Eles causam perda de peso, redução na produção de carne e leite, maior suscetibilidade a outras doenças e, em casos graves, levam à morte, especialmente em bezerros após a desmama”, detalha Azevedo. Segundo ele, os prejuízos anuais com verminoses no estado podem chegar à casa dos milhões de reais.

Para enfrentar o problema, o especialista defende a vermifugação estratégica, baseada no ciclo biológico dos vermes. A infestação ocorre em duas fases: a parasitária, no período seco (de maio a outubro), quando os vermes estão alojados dentro do animal; e a de vida livre, na estação chuvosa, quando os ovos liberados pelas fezes se transformam em larvas que ficam no capim e são ingeridas pelos bovinos.

“Não adianta aplicar vermífugo durante a estação chuvosa, quando o parasita está no ambiente. O ideal é agir no período seco, quando os vermes estão dentro do organismo”, afirma. Ele recomenda dois protocolos principais, dependendo do tipo de vermífugo utilizado. O protocolo 5-8-11 (aplicações em maio, agosto e novembro) é indicado para vermífugos de longa ação. Já o protocolo 5-7-9 (aplicações em maio, julho e setembro) é recomendado para produtos de curta duração.

Azevedo explica ainda que os animais mais jovens, da desmama até 30 meses, são os mais vulneráveis e exigem maior atenção. Após essa idade, os bovinos tendem a adquirir resistência, permitindo a redução no número de aplicações. “Para vacas de cria e animais adultos acima de 30 meses, indicamos apenas uma aplicação anual, em julho no caso das fêmeas e em outubro para bois de engorda”, orienta.

Além da escolha do momento ideal para aplicação, o médico veterinário ressalta a importância de utilizar vermífugos de amplo espectro, capazes de combater as mais de dez espécies de vermes que podem infectar o rebanho. “Cada propriedade tem suas peculiaridades, por isso é fundamental buscar orientação de um médico veterinário para montar um protocolo eficaz”, conclui.

Compartilhar esta notícia
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *