As verminoses representam um dos principais desafios sanitários da pecuária bovina no Brasil. Causadas por parasitas internos, como os nematoides gastrintestinais, elas comprometem o ganho de peso, a produção de leite, a fertilidade e, nos casos mais graves, podem levar até à morte de animais jovens. No Acre, onde a bovinocultura é uma das bases da economia rural, o combate eficiente a esses parasitas é essencial para garantir produtividade e lucratividade.
Diagnóstico é o primeiro passo
O controle começa pelo diagnóstico correto. O exame de fezes conhecido como OPG (ovos por grama de fezes) é uma ferramenta essencial para medir o grau de infestação e decidir se o tratamento é realmente necessário. O monitoramento visual dos animais também é importante: atraso no crescimento, pelo arrepiado, diarreia persistente e perda de peso são sinais clássicos de verminose.
Tratamento estratégico evita resistência
O uso de vermífugos deve ser feito de forma estratégica, não apenas seguindo o calendário. Aplicar medicamentos indiscriminadamente favorece o surgimento de parasitas resistentes. O ideal é realizar o tratamento nas épocas mais críticas – como no início da seca ou das chuvas – e sempre com base em exames laboratoriais.
Os principais grupos de vermífugos incluem benzimidazóis (como o albendazol), lactonas macrocíclicas (como ivermectina e doramectina) e imidazotiazóis (como o levamisol). A rotação entre esses princípios ativos ajuda a evitar que os parasitas se tornem resistentes.
Manejo também é parte da solução
Além do tratamento químico, o manejo adequado da pastagem e dos animais é fundamental. A rotação de piquetes reduz a infestação das áreas de pastejo. Evitar a superlotação e fornecer suplementação alimentar adequada – especialmente para bezerros e vacas prenhas – aumenta a resistência natural dos animais.
Outro ponto importante é evitar tratar todo o rebanho ao mesmo tempo. A recomendação é focar nas categorias mais sensíveis, como animais jovens e recém-desmamados, garantindo maior eficácia no controle dos parasitas.
O futuro está no controle integrado
A combinação entre diagnóstico, uso racional de vermífugos e manejo sanitário é o caminho mais eficiente e sustentável no controle das verminoses. Adotar esse protocolo integrado reduz perdas econômicas e melhora o bem-estar dos animais.
No Acre, iniciativas de capacitação técnica e assistência veterinária têm auxiliado produtores familiares e médios criadores a implementar essas práticas no dia a dia das propriedades. O resultado é um rebanho mais saudável, produtivo e resistente – e um produtor mais preparado para os desafios do campo.