Sabe de onde é essa laranja? É daqui ao lado: e pode chegar a um custo menor ao Acre

Integração com região de Puno, no Peru, é mais um fator que pressiona o agricultor de base familiar do Acre

Itaan Arruda
Produtores peruanos apostam na qualidade para ganhar mercado no Acre

O município de Acora (pronuncia-se “Ácora”), no Departamento de Puno, no Sul do Peru, foi o local de destino de uma missão do Acre composta por representantes do setor privado e da Assembleia Legislativa do Acre. A comercialização de frutas, legumes e a truta salmonada é o que motiva a viagem do grupo. As frutas com maiores demandas são o morango e a laranja. Uma rede de supermercado do Acre já demonstrou interesse em importar, mas precisa de garantias de escalas de produção e padrão de qualidade.

O padrão de qualidade da laranja é evidente. Em relação à escala de produção, isso é objeto de atenção do próprio governo do departamento de Puno e também do Governo Central do Peru. “Eles estão preparando a região de Acora para produzir para o Acre”, disse Alejandro Salinas, da PerBra Holding, a empresa que articula o comércio entre as duas regiões. “E chegará ao Acre a um custo muito menor do que a que vem da Ceasa de São Paulo, por exemplo, ou de outras regiões mais longes do Brasil”.

O deputado Luiz Gonzaga tem sido uma espécie de embaixador da integração econômica entre o Acre e o Peru. Tem sido a voz política dessa aproximação. Participou do diálogo junto com a PerBra Holding com um dos dirigentes da Rede Araújo, aqui em Rio Branco. Gonzaga também foi homenageado em uma solenidade de aniversário de Acora.

Fez parte também da missão acreana à região de Puno, o representante do setor privado na área de Logística, José Coutinho, da cooperativa de empresas desse segmento que atua no Acre.

“Não podemos esquecer de jeito nenhum que o Paulo Trindade, do Mapa, tem sido uma personagem fundamental nesse processo de integração”, reconheceu Salinas, da PerBra.

A holding peruana que trabalha para viabilizar a integração comercial do Peru com o Acre vai iniciar, junto com o Agromercado (uma espécie de “Apex peruana” voltada para o setor agrícola) capacitações dos produtores e empresas da Acora para que eles exportem os produtos dentro de todos os critérios sanitários e legais, exigidos pelo comércio entre os dois países.

Estão na agenda da PerBra Holding produtos como cebola, alho, truta salmonada, morango, laranja, queijos e grãos. Há um grão andino que é conhecido pela alta concentração de proteína: 46%. “Vai ser ideal para o mercado fitness”, afirma Salinas.

Parte dessa agenda de importação é produzida aqui no Acre pela Agricultura Familiar. O que torna a integração com o Peru um fator de pressão, de concorrência, com o agricultor do Acre. O desafio é melhorar a qualidade e a escala da produção daqui enquanto as articulações políticas tentam superar os desafios dos entraves institucionais.

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