“Mosaico do mamoeiro” compromete metade da safra do maior produtor do Acre

Vírus transmitido por insetos ataca a planta deixando as folhas com bolhas e manchas circulares e compromete a produtividade

Redação

O vírus mosaico do mamoeiro (Papaya ringspot vírus), também conhecido pela sigla PRSV-p entre os pesquisadores, comprometeu metade da safra de mamão do produtor Alexandre de Carvalho Santos, em Mâncio Lima. “O prejuízo ultrapassa os quinhentos mil reais”, contabiliza o produtor, quando soma a ação do vírus com um problema de um trator que ele comprou novinho e que não lhe trouxe o benefício esperado. “Está judicializada essa situação”.

É a partir da propriedade dele que toda Cruzeiro do Sul e as maiores redes de supermercados da Capital são abastecidas com mamão. O sítio Nova Vida, na comunidade Pé da Terra, em Mâncio Lima, tem 22 hectares. A plantação de mamão ocupa 12 hectares. Inclusive, de uns tempos para cá, o produtor resolveu consorciar com o café e não titubeia. “Noventa por cento vai virar tudo café”, antecipa. No restante do espaço Alexandre Santos divide espaço criando suíno, frango e plantando pepino, maracujá, banana comprida e, mais recentemente, banana prata.

Doença viral compromete a produtividade do mamoeiro no Acre.

A produção semanal do sítio costumava ser, em média, de 11 toneladas da fruta por semana. “Hoje, varia entre cinco e seis toneladas”, lamenta. Ele tem orientação de um agrônomo da Bahia, uma das referências nacionais na produção da fruta. “Eles falam que é devido a muitos insetos. Por mais que a gente cuide, tem muito inseto que são os que espalham a doença”, afirmou.

Há poucas semanas teve que pagar frete para garantir o transporte do mamão para Rio Branco. Quando a produção chega a nove toneladas ou mais, ele traz em caminhão próprio. Quando a quantidade é menor, compensa mais pagar o frete.

Cacoalense de nascimento, veio para o Acre com os pais em 2002. O pai, José da Silva Santos Filho, conhecido carinhosamente como “Zé do Ovo”, faleceu em fevereiro. Era plantador de tomate em Cacoal, onde a caixa da fruta era comercializada a R$ 7. Empolgou-se com o Juruá quando soube que a caixa do mesmo fruto era vendida a R$ 100 à época. 

A vida de Alexandre é integralmente dedicada à agricultura. Na semana em que há mais um feriado agendado com um ponto facultativo no meio do calendário, ele fez questão de deixar claro o que pensa. “Esse negócio de ponto facultativo não ajuda em nada a agricultura, viu? Pode dizer aí”, orientou. “Você quer e precisa resolver problemas e não consegue por conta de festa”. Anotado.  

Compartilhar esta notícia
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *