O estatuto da Associação de Agricultores Familiares Micro Produtores Rurais, Pequenos Pecuaristas Transacreana foi aprovado. A criação da entidade foi referendada por um grupo de aproximadamente 50 produtores que se reuniram na manhã desta sexta-feira (25) no auditório do campus Baixada do Sol, do Instituto Federal do Acre, localizado no Km 19 da Transacreana. O estatuto tem um prazo regulamentar de 30 dias para ser formalizado.
“O principal desafio é a questão da comercialização”, afirmou o presidente escolhido da associação, José Augusto Pinheiro da Silveira. “Nós estamos apanhando muito. O cabra leva dez vacas para matar no frigorífico, os caras pagam em três vezes”.
O grupo criou a associação com a meta de controlar toda a cadeia produtiva da carne. Foi iniciada uma conversa com a direção do Ifac para que uma unidade de abate possa ser construída na área de instituto federal. O grupo não tem recursos, mas tem apoio do senador Sérgio Petecão (PSD/AC).
Nas falas feitas pelos produtores eles querem o controle integral: da produção do bezerro até a oferta aos açougues populares. “E, com isso, vai facilitar a vida do consumidor. Nós vamos vender direto”, calcula José Augusto. Uma associação não tem fins lucrativos. Para que o grupo alcance a venda direta, é preciso formalizar uma cooperativa. “A cooperativa é que pode vender”, explica o presidente.
A lógica é fugir da atual vulnerabilidade dos frigoríficos. A frase mais ouvida foi: “temos que sair das mãos dos caras”.
A criação desse movimento é alimentada pelo embate entre os frigoríficos e os produtores de bezerro. Geralmente, o produtor de bezerro é um pequeno pecuarista (possui até 100 cabeças de gado na propriedade). O grupo entende que as disputas em torno da “pauta do boi” só interessam aos grandes pecuaristas e aos frigoríficos.