O Governo do Acre finaliza um projeto que vai disponibilizar US$ 17,6 milhões para serem aplicados nas cadeias produtivas do suíno e do frango. A região beneficiada será a do Alto Acre. O trabalho de 1,5 mil famílias de produtores integrados à Dom Porquito e à Acreaves acaba com o principal gargalo das duas plantas industriais: a falta de porcos e frangos produzidos aqui para abater.
O recurso é resultado do Programa de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas para Geração de Emprego no Estado do Acre (Procape). Há exatamente um ano, o Governo do Acre, por meio do Procape, participou de um edital do Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM). Oito projetos foram aprovados por meio da Comissão de Financiamentos Externos. Um deles foi o do Acre.
“No momento estamos finalizando o Perfil de Projeto com os consultores contratados pelo FOCEM para aprovação final”, afirmou Mark Brito, um dos técnicos da Secretaria de Estado de Planejamento que acompanha todo o processo. A contrapartida do Governo do Acre está orçada em US$ 4,8 milhões.
Mark Brito lembra que o acesso a esse recurso, tecnicamente, não pode ser entendido como uma operação de crédito (empréstimo). “Não pode ser entendida como uma operação de crédito pois não se enquadra em operação de crédito, não haverá pagamento de parcelas, nem juros”, reforçou Brito.
O secretário de Estado de Agricultura, José Luiz Tchê, não esconde o entusiasmo com o cenário que pode ser criado por meio do acesso a esse recurso. “Isso é um recurso que chega pra gente, praticamente, a fundo perdido e tem toda possibilidade de resolver o problema de fornecimento de frango e porco para as duas maiores indústrias do setor no Acre”, avalia.
O FOCEM estendeu o prazo para apresentar a versão final do projeto até o final do ano. Mas a equipe da Secretaria de Estado de Planejamento deve finalizar o projeto até a primeira quinzena de maio. “Queremos iniciar ainda em 2025”, assegurou Mark Brito, da Seplan. O prazo de execução desse projeto é de quatro anos.
Execução do projeto é de responsabilidade das cooperativas
O gerenciamento e a execução desse projeto não serão feitos pelo Governo do Acre. Esse é um dos diferenciais apresentados. “O mais importante e diferencial da proposta é que a execução será feita diretamente pelas cooperativas. O estado não construirá nada”, destacou Mark Brito, da Seplan.
Além de não construir nenhuma estrutura física, o Estado vai firmar termos de colaboração com as cooperativas, via edital, para fazer o acompanhamento das construções e a assistência técnica necessária.
Estão previstas construções das seguintes estruturas gerenciadas pelas cooperativas:
- 01 Unidade de produção de leitões (com capacidade para mil leitões);
- 10 granjas de suínos e 8 de aves;
- 01 fábrica de ração;
- 01 silo de armazenamento.
Emenda parlamentar de R$ 5,7 milhões de Alan Rick reforça cadeia produtiva
O senador Alan Rick (União Brasil/AC) alocou R$ 5,7 milhões para a construção de uma Unidade de Produção de Leitões (UPL), com capacidade de 250 matrizes. Somada à UPL da cooperativa, a capacidade de produção de leitão ultrapassa 1,2 mil leitões. Os dois projetos devem dar autonomia para as duas plantas industriais instaladas na região do Alto Acre.
“Estamos atendendo algumas exigências do Governo Federal em relação ao arranjo de execução, como edital de seleção da cooperativa, terreno, licenciamento ambiental”, informa Mark Brito, da Secretaria de Estado de Planejamento. “Seagri, Seplan e Seop estão trabalhando juntos com a Dom Porquito para sanar esse pontos”.