Produtor de porte médio deve ter “atenção especial” no Plano Safra, diz governo

A ideia é fazer com o Pronamp algo similar ao que é feito no Pronaf e beneficiar produtores sem tradição de exportação

Redação
Governo tem o desafio de dar atenção ao agricultor de base familiar, tratar o médio como prioridade e sugerir linha de crédito em dólar para o grande para driblar os efeitos de uma taxa Selic impeditiva para quem produz. Foto: Arquivo/Agência Brasil

O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) deve ser uma das prioridades do plano Safra 2025/2026. Em um evento realizado em Brasília com produtores e empresários que debatiam Seguro Rural na América Latina, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que os produtores que têm até 100 hectares, sem tradição exportadora, que priorizam o mercado interno devem ser prioridade.

Fávaro, inclusive, chegou a comparar o Pronamp ao Pronaf (Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar). A ideia é subvencionar a taxa de juros para esses produtores médios.

Para os grandes produtores, o ministro lembrou de uma ferramenta criada em 2023 justamente para financiar a agropecuária: a linha de crédito dolarizada. É uma alternativa para ampliar os recursos do Plano Safra 2025/2026. Normalmente, a captação internacional desses recursos tem juros mais baixos. Mas não se sabe como ficará o cenário a partir da guerra comercial estabelecida entre Estados Unidos e China.

Internamente, a situação também não é simples. A Lei Orçamentária de 2025 (aprovada em março) prevê que o Governo Federal tem R$ 15 bilhões para equalizar os juros. Os grandes produtores e as instituições representativas dessa classe entendem que é pouco. A Confederação Nacional da Agricultura calculou em R$ 22 bilhões. E no Congresso, a Frente Parlamentar da Agropecuária entende que seriam necessários R$ 24 bilhões.

Esses números são altos em função da taxa Selic (a taxa básica de juros que rege todas as relações econômicas no país).

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