A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia que os setores de suco de laranja, carne bovina e etanol serão os mais afetados pelas sobretaxas que serão adotadas pelos Estados Unidos sobre produtos importados. A análise da CNA considera a alta representatividade do Brasil nas importações americanas nestes mercados. O tarifaço adotado pelo governo Donald Trump está provocando reações em toda cadeia global de produção.
“Nestes casos, o Brasil não teria ‘espaço’ para ganhar de um eventual concorrente, sendo o único ou principal País afetado. É o caso dos sucos de laranja resfriados e congelados, onde o Brasil representa 90% e 51% das compras americanas, respectivamente; da carne bovina termoprocessada, com 63%; e do etanol, com 75%”, observou a confederação em nota técnica.
Para a CNA, há também potencial de perda de mercado para o agronegócio brasileiro em itens produzidos pelos Estados Unidos, nos quais o Brasil complementa o abastecimento norte-americano com as exportações.
“É o caso da carne bovina, na qual a produção local (nos EUA) alcança 12,3 milhões de toneladas, mas o consumo atinge 13 milhões de toneladas, e do óleo de soja, entre outros produtos, nos quais o consumo fica próximo da produção”, apontou a entidade.
A confederação avaliou também os impactos para os produtos do agronegócio brasileiro com base na “sensibilidade” das importações americanas em relação às variações de preços dos bens importados, considerando que haverá sobretaxa de 10% sobre os produtos brasileiros, o qual tende a ser repassado para os preços no mercado americano.