Governo ignora notícia mais importante para o agroextrativismo regional

Aquisição do selo de Identificação Geográfica do “Açaí de Feijó” qualifica o comércio da fruta e capitaliza produtor

Selo de Identificação Geográfica valoriza "Açaí de Feijó" (Foto: Marcus Vicentti/Secom)

Em relação ao agroextrativismo regional, nada foi mais importante no Acre, durante a semana que passou, do que o recebimento do Selo de Identificação Geográfica em Procedência conferido pelo Instituto de Propriedade Intelectual (Inpi) e referendado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ao “Açaí de Feijó” (produtores, extrativistas, agroindústrias).

O estranho foi a indiferença do Governo do Acre em relação à entrega. Diante do trabalho que a própria Secretaria de Estado de Agricultura teve durante todo o processo, esperava-se uma valorização de maiores proporções do ato. Agrônomos e extensionistas rurais da Seagri fizeram centenas de viagens, palestras e reuniões. Houve intrigas, guerras de egos. Teve de tudo no processo. Finalmente, chegou-se ao grande momento: a síntese que redimiria tanta arenga e aperreio. Mas o que se viu foi quase um protocolo.

Aquilo ali era para ser uma agenda de governador. Aquilo ali era agenda de vice-governadora. E onde andam esses dois estão também deputados de todas as patentes e siglas. A impressão que se tem é que, à exceção da própria Seagri, ninguém mais do governo sabia o que estava acontecendo ali, a importância do ato.

O Sebrae foi outra instância que soube valorizar a agenda. Mas a capilaridade do Sebrae é muito limitada, pela própria estrutura da instituição. Não seria exagero dizer que sem o Sebrae o selo de identificação de origem não teria sido possível.

Fica a impressão de que falta alguém explicar ao governador a importância de algumas agendas. Comparado a outros estados, o Acre engatinha na comercialização do açaí. Só para se ter uma ideia, há até pouco tempo, o Pará tinha algo próximo de 300 mil pessoas trabalhando na cadeia produtiva do açaí em todo estado. Há navios indústrias ativos: o produto é extraído e já sai semi-industrializado.

Aqui no Acre nós estamos muito longe de sofisticação semelhante. Mas as conquistas que se faz poderiam ser mais valorizadas. #ficaadica.

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1 Comentário
  • É verdade Itaan. Os extrativisttas como todo o povo do campo ,carecem de mais atenção.,em especial a juventude rural.

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