O piscicultor acreano Ivan de Souza, dono da Fazenda São Raimundo (localizada na Estrada do Quixadá) vai produzir peixes no Peru. Com 40 anos de experiência e três planos econômicos machucando a rotina, o trabalho chamou atenção de um grupo de peruanos que quer interromper o fluxo de comércio de Rondônia e do Amazonas para o Peru. Uma sociedade será formalizada para que os peixes sejam produzidos em Puerto Maldonado (aproximadamente 600 quilômetros de Rio Branco).
A região de Puerto Maldonado compra aproximadamente 100 toneladas de peixe vindos dos estados de Rondônia e do Amazonas todos os meses. “O que essa sociedade quer é quebrar esse fluxo. Fazer com que o peixe seja produzido no Peru com a expertise do Ivan”, explicou Alejandro Salinas, da PERBRA Holding, empresa que media a associação. “Impedido de exportar para o Peru com a inativação da Peixes da Amazônia e sem nenhum frigorífico sifados no segmento, Ivan vai produzir peixes lá”.
Inicialmente, o grupo pretende produzir pirarucu e pirapitinga. Em uma segunda etapa de trabalho, a meta é investir na produção de “tambatinga”, por conta da relação entre custo e tempo de engorda. “A tambatinga ganha peso mais rápido em um tempo mais curto”, calcula Salinas.
O grupo de empresários peruanos tem, atualmente, 8 hectares de lâmina d’água. No curto prazo, deve ampliar em mais 10 hectares. Um centro de alevinagem será construído com matrizes saídas daqui do Acre.
A sociedade também conta com um insumos estratégico: a ração. A acreana Nutrak já entrou no mercado peruano e vai fazer parte do projeto tendo no currículo um feito que chamou a atenção dos empresários: em 10 meses, utilizando a ração produzida no Acre, os piscicultores conseguiram 2,5Kg de peixe. “No Peru, no máximo, os métodos e os insumos utilizados rendem, em um ano, um quilo de proteína”, contabilizou Alejandro Salinas, da PERBRA Holding. A estimativa é que o projeto demande 90 toneladas de ração mensais.
A sociedade será formalizada na semana que vem. E os trabalhos iniciam na sequência.