Os extrativistas do Ramal Nova Olinda que moram nos seringais São Sebastião, Porongaba, Ipiranga e Sacado estão recebendo R$ 25 pela lata de castanha. O preço praticado no mercado é quase dez vezes superior. A rotina de villência a que os trabalhadores e extrativistas estão sujeitos provocou a ida do presidente do Sindicato dos Extrativistas e Assemelhados do Acre, Josimar Nascimento, à região.
Nesta sexta-feira, o representante do Sinpasa estará no local. “Quando os posseiros precisam fazer alguma benfeitoria na comunidade, eles não deixam. Querem manter os trabalhadores como no tempo da escravidão”, denunciou. “Não pode abrir um ramal para puxar uma energia, porque eles querem manter as pessoas ali tipo no tempo dos coronéis da borracha”.
Revoltados com a exploração, os extrativistas tentaram vender as castanhas diretamente na cidade. “Foi nesse momento que os atravessadores falaram à polícia que as castanhas estavam sendo roubadas. Isso não procede. O que os trabalhadores fizeram foi se revoltar contra essa exploração e estão tentando vender o produto sem o atravessador”, afirmou Nascimento.
O clima é de tensão na região. “A ausência do poder público para ajudar esses trabalhadores é enorme”, disse o presidente do sindicato.