Estudo da Embrapa cria instrumento que mostra como melhorar decisões da política agrícola

Ferramenta criada pela Embrapa aponta onde aplicar recursos públicos com base em produção e estrutura, e não só em critérios políticos.

Itaan Arruda
Estudo da Embrapa propõe índice para melhorar decisões na política agrícola

A parceria do Governo do Estado com a Embrapa também apresenta resultados práticos no segmento de Logística e Infraestrutura. Os pesquisadores do órgão federal criaram um indicador que pode mudar radicalmente a eficácia da aplicação dos recursos públicos.

A criação do Índice de Priorização de Logística de Transporte (IPLT) indica para os gestores públicos e parlamentares quais regiões e quais aparelhos são necessários para melhorar o armazenamento ou transporte da produção de grãos. Essa ferramenta indica com mais precisão se uma determinada comunidade precisa, efetivamente, de um silo, por exemplo.

A criação do índice obedeceu a um “método baseado em ferramenta de geoprocessamento para integração de informações do banco de dados do Zoneamento Ecológico Econômico”, diz o estudo da Embrapa.

Antes da criação do índice, os pesquisadores visitaram 87 propriedades de porte médio e grande, georreferenciadas de milho e soja.

Segundo o Índice de Priorização de Logística e Transporte, as áreas preferenciais para investimento na melhoria e ampliação da infraestrutura de transporte e armazenamento da produção de grãos está concentrada no Alto e no Baixo Rio Acre. O estudo da Embrapa diz que essa região é responsável por 64,2% das áreas desmatadas do Acre até 2022, com dados do MapBiomas.

Essa região é o que já foi chamado pelo Governo do Acre como Zona Especial de Desenvolvimento (ZED), durante a gestão de Binho Marques. Nas ZED’s está concentrada a aplicação de capital. Uma área plana e com propriedades maiores e melhor estruturadas.

Mas há muita região sem nenhuma ou com baixa estrutura na zona rural. E é justamente para beneficiar as comunidades com baixa ou nenhuma capacidade de investir que o índice criado pela Embrapa pode ajudar a melhorar a aplicação do recurso público. Com a área praticamente toda mapeada e georeferenciada, o Governo vai ter um instrumento de gestão que tem condições de indicar, por exemplo, que um determinado ramal precisar ser beneficiado urgentemente porque em um mês a estimativa é que “x” toneladas de milho vão precisar ser escoadas.

É uma ferramenta que tem condições de acabar (ou diminuir bastante) às reações dos gestores obedecendo exclusivamente às demandas de ordem política. Com o IPLT, a decisão de uma determinada intervenção de engenharia obedece, sobretudo, a uma lógica produtiva.

O estudo é assinado pelos pesquisadores Eufran Amaral, Judson Valentim e Nilson Gomes Bardales e foi apresentado na última reunião da Câmara Técnica da Agropecuária do Fórum de Inovação e Desenvolvimento do Acre.

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