Pesquisa do Acre apresenta desenvolvimento do açaizeiro-solteiro

Pesquisa coordenada pela UFAC em parceria com a Embrapa busca alternativas sustentáveis para o cultivo do açaí-solteiro na região amazônica.

Luiz Eduardo Souza
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Júlia Luiz, engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal do Acre (UFAC), tem se dedicado ao estudo do desenvolvimento vegetativo do açaizeiro-solteiro (Euterpe precatoria), por meio de um projeto de pesquisa iniciado em 2022. Com 22 anos, Júlia acompanhou o experimento nos anos de 2023 e 2024, baseando sua monografia nos dados coletados nesse período.

O projeto teve início com a engenheira agrônoma Márcia Chaves, atualmente mestre na área, que conduziu o primeiro ano de cultivo dos açaizeiros. A pesquisa, coordenada pelo professor Dr. Leonardo Paula de Souza (UFAC) em parceria com a Dra. Aureny Maria Pereira Lunz, da Embrapa Acre, tem duração prevista de até sete anos e oferece oportunidades para estudantes de graduação e pós-graduação da instituição.

O experimento foca no cultivo do açaí-solteiro em sistema consorciado com bananeiras, aproveitando o sombreamento natural proporcionado pela banana, já que o açaizeiro-solteiro apresenta alta sensibilidade à radiação solar. Além disso, a bananeira serve como uma fonte alternativa de renda até que o açaizeiro atinja estabilidade.

Um dos principais objetivos da pesquisa é identificar a lâmina de irrigação mais adequada para o cultivo do açaizeiro durante seus primeiros anos, até alcançar a fase reprodutiva. O manejo hídrico é realizado por meio de cinco tratamentos distintos: T1 (125% de reposição de água), T2 (100%), T3 (75%), T4 (50%) e T5 (sem irrigação, recebendo apenas a água das chuvas). A avaliação ocorre entre os meses de junho e novembro de cada ano, com monitoramento climático contínuo para assegurar a precisão na aplicação das lâminas de irrigação.

Segundo Júlia, o uso correto da irrigação pode evitar o estresse hídrico mesmo em períodos de seca, garantindo um desenvolvimento contínuo da planta. Outro benefício relevante da irrigação é a possibilidade de quebra da sazonalidade da safra, o que permitiria até duas colheitas por ano — um fator vantajoso diante do crescimento da demanda nacional e internacional pela polpa de açaí.

“Participar da pesquisa tem sido uma grande oportunidade. Fico muito feliz em ver os resultados”, afirma Júlia, entusiasmada com a relevância do estudo para os agricultores e para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do açaí no estado do Acre.

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