Empresários do Peru e do Acre se reuniram para tratar dos problemas da aduana na tríplice fronteira em Assis Brasil. O encontro aconteceu na cidade de Puerto Maldonado e reuniu, além de empresários, representantes de instituições diretamente vinculadas às questões comerciais e de segurança.
Do lado brasileiro, estavam representados a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, Associação Comercial e Industrial do Acre (Acisa), Gabinete Civil do Governo do Acre e secretarias de Estado da área de produção e indústria. A ausência sentida pelos empresários foi da representação do Mapa.
Nos dois lados da fronteira e das mesas, percebia-se uma certa impaciência. Percebe-se um certo incômodo em tratar do mesmo tema repetidas vezes sem que isso seja acompanhado de ações concretas.
“Só que há uma diferença: no lado peruano, o governo de lá está se mexendo”, comparou a presidente do Sindicato das Empresas de Transporte e Logística do Estado do Acre e da Cooperativa de Logística e Transporte de Cargas (Coopertransoceânica), Nazaré Cunha. “O governo do Peru reconstruiu a estrutura que montou na aduana. As coisas estão acontecendo por parte do Peru. Só aqui é que as coisas não andam. Perdi as contas de tantos encontros que participei para discutir esse assunto e não se vê avanços.
O que a empresária fala tem total fundamento nos fatos. A própria ausência do representante do Mapa é exemplo. A superintendência regional do ministério tem plena consciência da gravidade e da urgência de se resolver o problema na aduana em Assis Brasil. Mas Brasília parece não ter o mesmo entendimento.
Provocado pelo governo peruano, o Itamaraty fez o convite para o Mapa. Mas o ministério não repassou a autorização para enviar representante ao encontro. Um gesto que acaba revelando a cena de descuido com a coisa pública tão rotineiro na aduana e que não beneficia em nada as relações comerciais entre os dois países.
De prático, o que ficou acertado foi que a Polícia Federal vai aumentar o tempo efetivo de 8 para 12 horas com servidores no local. “Veja. Essa pode ser uma decisão importante, mas isso vai agilizar a passagem de pessoas. Não vai agilizar a passagem de cargas”, pontua a empresária Cunha.
Os empresários estão pensando em montar um grupo de trabalho paralelo. A partir das demandas pontuais que saírem desse grupo os diversos órgãos de Estado serão acionados com antecedência para tornar menos lento o trânsito de cargas na tríplice fronteira.