No final de novembro, a cotação da soja no Brasil apresenta um panorama misto, com tensão entre alta e correção, dependendo da praça e do tipo de negócio. No porto de Paranaguá, por exemplo, a saca de 60 kg foi cotada a R$ 140,20, segundo a Sem Pauta. Em várias regiões produtoras do País, como Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, os preços também têm subido, refletindo uma disputa mais ativa entre compradores e vendedores.
Apesar desse cenário em alguns mercados, há sinais de pressão para baixo. No Mato Grosso do Sul, o preço médio da soja caiu 1,4% entre o final de outubro e o começo de novembro, com a saca sendo cotada a R$ 123,63, segundo a Aprosoja-MS. Esse movimento mostra que nem todos os lotes estão conseguindo manter os patamares mais altos e que a comercialização da safra 2025/26 está relativamente lenta — apenas 18% da produção foi negociada até o início de novembro, segundo a mesma fonte.
No mercado futuro, os contratos para novembro de 2025 também têm apresentado recuperação. Dados do Farmnews mostram que, no final de outubro, a posição para esse vencimento voltou a ultrapassar US$ 23 por saca, diminuindo a diferença entre os preços futuros e os valores praticados no mercado físico. Isso sugere que há expectativa de sustentação ou até alta para os próximos meses, o que pode dar mais confiança a vendedores que operam com hedge ou contratos antecipados.
No entanto, a situação não é totalmente confortável: na semana anterior, os preços da soja no Brasil fecharam com leve baixa, segundo o Cepea, e isso acompanhou uma queda nos contratos da Bolsa de Chicago. Também pesa no mercado a expectativa por novos relatórios do USDA, que podem trazer revisões importantes para oferta e estoques globais. Assim, para quem produz, o momento exige cuidado: há potencial de valorização, mas também riscos, especialmente para parte da produção que ainda não foi comercializada.
