Brasil aposta no cacau agroflorestal para frear desmatamento e reforçar produção sustentável

Projeto quer recuperar áreas degradadas na Amazônia e Mata Atlântica, ampliar a renda rural e sequestrar cinco milhões de toneladas de carbono

Luiz Eduardo Souza

O projeto Cacau Brasil Agrofloresta foi detalhado na AgriZone durante o painel Os Biomas Floresta Amazônica e Mata Atlântica, promovido pelo IICA. A iniciativa, articulada entre Ceplac, IICA e Fundo Verde para o Clima, propõe um novo modelo de produção de cacau baseado em sistemas agroflorestais (SAFs), alinhado às metas climáticas assumidas pelo Brasil e à necessidade de conter o avanço do desmatamento.

O programa busca transformar áreas degradadas na Bahia e no Pará por meio do plantio direto de cacaueiros em SAFs, combinando conservação ambiental, geração de renda e inovação tecnológica. Ao longo de quatro anos, o projeto contará com US$ 31 milhões em investimentos — mais de US$ 23 milhões do Fundo Verde para o Clima e US$ 7,8 milhões da Ceplac — com a meta de implantar mais de 12 mil hectares e capturar cerca de cinco milhões de toneladas de carbono.

A Ceplac destaca que a proposta se apoia em seus 68 anos de atuação, integrando pesquisa, assistência técnica e apoio à agricultura familiar. O projeto reforça que ampliar crédito, fortalecer o acompanhamento aos produtores e investir em ciência são elementos essenciais para impulsionar o cacau em sistemas sustentáveis.

A iniciativa dará prioridade a jovens e mulheres rurais, com ações de capacitação, diagnóstico das propriedades e definição de estratégias de recuperação conforme o nível de degradação encontrado. O plano também prevê a formação de corredores ecológicos, conectando áreas de floresta e ampliando a resiliência ambiental das regiões atendidas.

Ao todo, 69 mil beneficiários devem ser diretamente impactados na Bahia e no Pará. O Cacau Brasil Agrofloresta é uma parceria entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Ceplac, o IICA e o Sistema Faepa/Senar.

Assuntos Relacionados
Compartilhar esta notícia
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *