Bocalom destaca equilíbrio entre preservação ambiental e “dignidade humana” durante a COP 30

Prefeito de Rio Branco defende que políticas ambientais precisam considerar o bem-estar das populações locais

Luiz Eduardo Souza

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, participou do painel promovido pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) durante a COP 30, realizada nesta quarta-feira (12), em Belém (PA). O gestor acreano defendeu que a preservação ambiental deve caminhar “junto com o desenvolvimento” e o que chamou de “dignidade das pessoas”, sem explicar o que isso significa.

Bocalom lembrou sua trajetória no Acre, onde iniciou sua atuação no setor madeireiro e foi responsável por um dos primeiros projetos de exploração sustentável do estado. Ele recordou que, na época, chegou a ser rotulado como “antiambientalista” e acusado de querer “rondonializar” o Acre. No entanto, ressaltou que ideias defendidas há mais de três décadas — como o apoio efetivo do poder público à produção sustentável — hoje são reconhecidas até por antigos críticos.

Durante o discurso, o prefeito mencionou a época em que comandou o município de Acrelândia, quando apresentou à então ministra Marina Silva um projeto de zoneamento por propriedade. A proposta buscava realocar agricultores familiares de áreas de baixa produtividade para regiões mais adequadas ao cultivo, permitindo que as primeiras se regenerassem naturalmente.

À frente da capital acreana, Bocalom tem defendido políticas que conciliem crescimento econômico e conservação ambiental. Entre as ações citadas estão a restauração de áreas degradadas, a mecanização agrícola e o uso de calcário e adubos na correção do solo — medidas que, segundo ele, fortalecem a agricultura familiar e reduzem o impacto ambiental das atividades produtivas.

Outro ponto destacado foi o manejo adequado dos resíduos sólidos. O prefeito ressaltou os avanços de Rio Branco na coleta seletiva e na estruturação do aterro sanitário, além do trabalho conjunto para expandir essas práticas a outros municípios acreanos, por meio da Associação dos Municípios do Acre (AMAC), do Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos (CINRESO) e de parcerias com o governo estadual.

Bocalom encerrou o discurso afirmando que “preservar o meio ambiente não pode significar o sofrimento do povo”, reforçando a importância de políticas públicas que promovam tanto a sustentabilidade quanto o desenvolvimento social.

Fonte: Ac24horas.

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