O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre, Assuero Veronez, ressaltou o perfil empreendedor de Betão. “Ele investiu em todos os setores da cadeia. Ele fechava o ciclo. Ele produzia, ele industrializa e ele vendia a carne”, afirmou Veronez, antes de lamentar que “ele parte cedo, antes de desfrutar tudo o que ele construiu”.
Veronez também lembrou das diversas discussões que tinham sobre problemas na cadeia produtiva da carne. “Ele era meu amigo. Tivemos várias discussões sobre os problemas relacionados à aftosa, sobre a questão da pauta do boi, sobre o preço da arroba, comparado a outras regiões do país. Ele sempre com aquele jeitão de garotão, acreano da gema que era”, recorda.
Filho de uma família humilde, Assuero Veronez usa uma expressão inglesa para tentar definir a construção do empresário de sucesso que Betão era. “Ele era o que os americanos chamam de ‘self made man’. Era o homem que se fez por si. Tinha investimentos em filantropia também, quando mantinha duas casas, uma para atender dependentes químicos e outra para atender famílias de baixa renda”.
Por fim, Veronez ressaltou o papel que Betão teve no processo de industrialização da carne no Acre. Frisacre; Santa Marina (atual JBS) e Santo Afonso foram unidades criadas por Betão na tentativa de fazer com que a carne acreana passasse a ter valor agregado ao ser beneficiada aqui mesmo. “Visionários que era, ainda nos anos 80, entendeu que era a hora de assumirmos também o setor industrial por aqui. É uma perda, de fato, irreparável”.
