O início das chuvas em Rio Branco já expõe problemas estruturais em diversos ramais da zona rural. Em diferentes pontos da Transacreana e de áreas próximas, produtores enfrentam alagamentos, pontes submersas e trechos cedendo, o que tem impedido o deslocamento e o escoamento da produção.
Segundo o presidente do Sinpasa, Josa Ferreira, a situação se repete todos os anos e demonstra que as obras executadas não têm resistido sequer ao começo do inverno amazônico. Ele relata que o Ramal Barro Alto, na região da prefeitura, já apresenta dificuldade de tráfego. No km 15 da Transacreana, uma ponte ficou totalmente submersa, isolando moradores. O Ramal Antônio Felipe sofreu erosão, e no km 75 da Transacreana houve novo ponto de desmoronamento. Já o Ramal Canela, no km 100, e o Jarinal, no km 72, estão alagados, impedindo a passagem de veículos.
Em áudio enviado à reportagem, Josa Ferreira criticou a qualidade das obras e o desperdício de recursos públicos.
“Nós que somos da agricultura familiar vivemos cobrando melhorias para escoar nossa produção. É muito desperdício de dinheiro público, obras de péssima qualidade, dinheiro desviado. Estamos ainda na primeira chuva e já deu um destroço desses. Imagina o tanto de dinheiro investido e nada suporta o inverno amazônico. É desanimador”, afirmou.
Ele também apontou que esse problema ocorre de forma recorrente:
“Não é de hoje que a gente cobra da prefeitura e do governo. Só tem muita mídia, muita foto, muita mentira e muita roubalheira. A gente pede que isso seja mostrado para a sociedade, para ver como os trabalhadores rurais são tratados”, completou.
O presidente do Sinpasa também criticou a atuação da Secretaria Municipal de Agricultura durante o verão:
“O secretário passou o verão todinho em pré-campanha, divulgando o trabalho dele para ser candidato, e esqueceu de fazer os serviços na zona rural. Agora a realidade está aí, um trabalho de péssima qualidade. Isso causa indignação”, destacou.
Com os primeiros alagamentos do ano, produtores temem que a situação se agrave nos próximos meses caso não sejam feitas ações emergenciais e melhorias estruturais nos pontos mais críticos da zona rural.
