Produtores denunciam ramais alagados e obras de má qualidade

Chuvas expõem alagamentos, erosão e críticas à qualidade das obras nos ramais de Rio Branco.

Luiz Eduardo Souza

O início das chuvas em Rio Branco já expõe problemas estruturais em diversos ramais da zona rural. Em diferentes pontos da Transacreana e de áreas próximas, produtores enfrentam alagamentos, pontes submersas e trechos cedendo, o que tem impedido o deslocamento e o escoamento da produção.

Segundo o presidente do Sinpasa, Josa Ferreira, a situação se repete todos os anos e demonstra que as obras executadas não têm resistido sequer ao começo do inverno amazônico. Ele relata que o Ramal Barro Alto, na região da prefeitura, já apresenta dificuldade de tráfego. No km 15 da Transacreana, uma ponte ficou totalmente submersa, isolando moradores. O Ramal Antônio Felipe sofreu erosão, e no km 75 da Transacreana houve novo ponto de desmoronamento. Já o Ramal Canela, no km 100, e o Jarinal, no km 72, estão alagados, impedindo a passagem de veículos.

Em áudio enviado à reportagem, Josa Ferreira criticou a qualidade das obras e o desperdício de recursos públicos.
“Nós que somos da agricultura familiar vivemos cobrando melhorias para escoar nossa produção. É muito desperdício de dinheiro público, obras de péssima qualidade, dinheiro desviado. Estamos ainda na primeira chuva e já deu um destroço desses. Imagina o tanto de dinheiro investido e nada suporta o inverno amazônico. É desanimador”, afirmou.

Ele também apontou que esse problema ocorre de forma recorrente:
“Não é de hoje que a gente cobra da prefeitura e do governo. Só tem muita mídia, muita foto, muita mentira e muita roubalheira. A gente pede que isso seja mostrado para a sociedade, para ver como os trabalhadores rurais são tratados”, completou.

O presidente do Sinpasa também criticou a atuação da Secretaria Municipal de Agricultura durante o verão:
“O secretário passou o verão todinho em pré-campanha, divulgando o trabalho dele para ser candidato, e esqueceu de fazer os serviços na zona rural. Agora a realidade está aí, um trabalho de péssima qualidade. Isso causa indignação”, destacou.

Com os primeiros alagamentos do ano, produtores temem que a situação se agrave nos próximos meses caso não sejam feitas ações emergenciais e melhorias estruturais nos pontos mais críticos da zona rural.

Ramal do Barro Alto, no quilômetro 15 da Transacreana.
Ramal Antônio Felipe, no quilômetro 75 da Transacreana.
Ramal Janiral, no quilômetro 72 da Transacreana.
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