Na manhã desta terça-feira (9), em Brasília, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), acontece a apresentação da nova diretoria da entidade. Na coletiva de imprensa, os novos diretores vão pontuar os principais gargalos que o setor agropecuário entende que precisa mudar.
A CNA é a mais poderosa entidade representativa do setor agropecuário do país, com capilaridade em vários grupos políticos, sobretudo no Congresso Nacional e tem sido uma trincheira intransigente de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nem mesmo ao evento de lançamento do Plano Safra 2025/2026, a entidade se fez presente.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Acre vai estar representada pelo presidente da Faeac, Assuero Veronez. Ele já foi um dos vice-presidentes da entidade. Mas, desta vez, não assumirá nenhum cargo.
Veronez pontuou o que ele considera como os principais gargalos que precisam de mudanças drásticas e imediatas:
Preços de grãos
Tanto a soja quanto o milho estão vivendo momentos de preços baixos. Há estoques grandes nos Estados Unidos, por exemplo. Os preços praticados continuam estacionados, em torno de R$ 120 a saca e gastando R$ 7 por saca para colocar em Porto Velho nas trades. Esses preços não têm se movido positivamente e os custos continuam aumentando. A rentabilidade está cada vez menor.
Endividamento
Há um endividamento grande no setor. Estamos assistindo a uma avalanche de pedidos de recuperação judiciária, especialmente no Mato Grosso, entre as grandes empresas. O agro está em uma pós-euforia.
Financiamentos
Um dos alicerces da produção é justamente os financiamentos. Os recursos estão restritos. Há muita restrição dos bancos para liberar financiamentos. Os juros sabemos como estão: nós trabalhávamos com juros de 8% ao ano agora estão em 14%. Agora, a negociação é feita com o Banco do Brasil com o juros a 18%. Então você faz uma renegociação, prolonga o teu financiamento, mas os juros vão para 18%. Então, acaba sendo uma faca de dois gumes, o que é muito preocupante. Você fala: ‘Ah… mas o cara está plantando!’Está plantando. ele se vira. Dá um jeito. Se vira para plantar, mas os investimentos, novas aberturas, novas áreas… estão praticamente, inibidas, não é?
Leite
Outro setor que vive uma crise é o leite. Os preços estão muito baixos. Isso por conta da importação do leite da Argentina e do Uruguai. Esse leite entra como leite em pó e depois e transformado em leite de caixinha, né? Isso é outra briga.
Pecuária
Vive um momento melhor. Em ano de eleição e de copa, a perspectiva é de aumento de consumo.
