Pará apresenta projeto inovador de bioasfalto produzido a partir de caroços de açaí e tucumã

Iniciativa transforma resíduos da Amazônia em combustível renovável e pavimento sustentável

açaí - foto Marcos Vicentti

O Estado do Pará apresentou, durante a COP30, um projeto que promete revolucionar a cadeia produtiva do açaí e transformar resíduos antes descartados em soluções de alto valor agregado. Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com instituições amazônicas e centros internacionais, desenvolveram um processo capaz de transformar caroços de açaí e tucumã em combustíveis verdes — como gasolina renovável, diesel e querosene — e também em bioasfalto, um ligante sustentável que pode substituir derivados do petróleo na pavimentação de estradas.

A tecnologia, inédita no país, utiliza o potencial energético dos resíduos dessas frutas, que representam uma das maiores cadeias agroextrativistas da Amazônia. Somente o caroço do açaí, por exemplo, corresponde a cerca de 80% do fruto e gera milhares de toneladas de descarte todos os meses. O projeto transforma esse passivo ambiental em matéria-prima para combustíveis limpos e um asfalto de alta durabilidade, reduzindo emissões e fortalecendo a bioeconomia regional.

De acordo com os pesquisadores, o bioasfalto produzido a partir dessa biomassa apresenta desempenho semelhante ou superior ao asfalto convencional, com maior aderência, resistência e menor impacto ambiental. Já os biocombustíveis obtidos passam por processos de pirólise e refino que garantem características compatíveis com as normas internacionais para motores automotivos e aeronáuticos. A expectativa é que, com escala industrial, o Pará se torne referência mundial em combustíveis e pavimentos sustentáveis de origem amazônica.

A iniciativa, apresentada na COP30, reforça a estratégia do estado de posicionar a Amazônia como protagonista da transição energética global. Ao transformar resíduos abundantes em produtos de alto valor, o projeto mostra que é possível gerar desenvolvimento econômico, reduzir a pressão ambiental e fortalecer comunidades extrativistas, conectando ciência, inovação e sustentabilidade.

Assuntos Relacionados
Compartilhar esta notícia
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sair da versão mobile