Preço da soja recua no mercado brasileiro e pressiona a renda do produtor

Maior oferta, demanda internacional mais lenta e queda nas cotações em Chicago influenciam o movimento de baixa no país.

Luiz Eduardo Souza
Agronegócio foi o principal motor do crescimento de 14,7% no PIB acreano em 2023, segundo o IBGE.

O preço da soja segue em trajetória de recuo no mercado brasileiro, refletindo um cenário de maior oferta e menor ritmo de compra no mercado internacional. No Brasil, a saca de 60 quilos tem sido negociada, em média, na faixa de R$ 118 a R$ 140, dependendo da região. Em áreas próximas aos portos, como Paranaguá, os valores são um pouco maiores; já em estados mais distantes dos centros exportadores, as cotações caem.

A queda também acompanha o movimento observado na Bolsa de Chicago (CBOT), referência global para o grão, onde os contratos futuros vêm registrando desvalorizações diante das projeções de uma safra mundial volumosa. Esse cenário reduz a competitividade do produto brasileiro, que depende fortemente do mercado externo, especialmente da China.

Outro fator que pesa sobre a formação do preço é o câmbio. Com o dólar mais fraco, as exportações perdem atratividade e o valor recebido pelo produtor diminui. Além disso, a colheita robusta prevista para a próxima temporada amplia a percepção de oferta elevada, reforçando a pressão de baixa.

Para os produtores, o momento exige cautela no planejamento comercial. Apesar da queda na saca, os custos de produção seguem altos, o que compromete as margens. Estratégias como fixação antecipada de preços e análise detalhada das janelas de mercado podem ajudar a reduzir riscos. O setor segue atento ao comportamento do clima e da demanda internacional, fatores decisivos para o rumo das cotações nos próximos meses.

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