Governo cogita trazer indústrias de beneficiamento de castanha da Bolívia para o Acre

Em declaração ao agro24cast, secretário de Estado de Planejamento, Ricardo Brandão, admite que assunto é discutido internamente no governo

Itaan Arruda
Proposta do governo pretende atrair indústrias bolivianas para processar castanha no Acre e fortalecer a cadeia produtiva local.

O secretário de Estado de Planejamento, Ricardo Brandão, admitiu que o Governo do Acre cogita trazer indústria de beneficiamento de castanha da Bolívia para o Acre. A medida tem como justificativa a meta de fazer com que o produto não saia do território acreano in natura. “A discussão que está em voga é: ‘vamos exportar o produto in natura ou vamos exportar o produto industrializado?’”, convidou o secretário Brandão.

Essa é uma decisão que deve ser recebida com preocupação por parte do setor industrial já instalado no segmento da castanha no Acre, com destaque para a Cooperacre, a maior beneficiadora de castanha da região.

Não foram detalhadas as tratativas estabelecidas com as indústrias bolivianas e nem os termos em que essa atração se estabeleceria. O objetivo do governo é agregar valor ao produto aqui no Acre. Brandão descartou qualquer possibilidade de intervenção do Estado no fluxo de comércio que acontece entre Acre e Bolívia/Peru.

As indústrias bolivianas (e mais recentemente peruanas) têm recebido a maior parte da castanha colhida no Acre. O escoamento que abastece as indústrias do outro lado da fronteira acontece há mais de 20 anos. Com precisão, nem o Governo do Acre sabe informar quanto de castanha sai do Acre para os dois países andinos. O que se sabe é que as plantas industriais de lá são muito modernas.

O raciocínio do secretário é garantir sustentabilidade da cadeia da castanha para os próximos. “Qual o volume dessa castanha que vai haver em 2026, 2027 e 2028?”, perguntou.

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