Com chegada das chuvas, produção de mel tende a cair no Acre

Umidade elevada e menor floração reduzem a atividade das abelhas e afetam o rendimento dos apiários

Luiz Eduardo Souza

Com a chegada das primeiras chuvas da primavera, os apicultores acreanos começam a observar uma redução natural na produção de mel. O período marca a transição entre a seca e o inverno amazônico, quando o aumento da umidade e a irregularidade na floração das plantas afetam o comportamento das abelhas e a produtividade das colmeias.

Durante a estiagem, entre maio e setembro, o clima seco e o florescimento abundante de espécies nativas como o assa-peixe, a embaúba e o jatobá favorecem a coleta de néctar e a produção de mel de alta qualidade. Com a intensificação das chuvas, as condições mudam rapidamente, e o excesso de umidade dificulta o trabalho das abelhas, que precisam de dias secos e ensolarados para sair em busca de alimento. Além disso, muitas plantas interrompem ou reduzem o florescimento, limitando a oferta de néctar.

Outro fator que contribui para a queda na produção é o aumento de pragas e fungos dentro das colmeias, comuns em ambientes mais úmidos. Por isso, os criadores realizam manejos preventivos nessa época, como o reforço da alimentação artificial e a proteção das caixas contra infiltrações.

Mesmo com a redução do volume de mel, o período é considerado essencial para o equilíbrio dos enxames. As abelhas se fortalecem, se reproduzem e se preparam para o novo ciclo produtivo, que tende a se intensificar novamente a partir de maio do próximo ano, quando o clima mais seco favorece o florescimento e a coleta de néctar.

Enquanto isso, o mel armazenado durante a safra garante o abastecimento do mercado local e das cooperativas de produtores.

Compartilhar esta notícia
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *