La Niña provoca contrastes climáticos na Região Norte e pode alterar regime de chuvas

Fenômeno climático deve provocar aumento das chuvas no oeste do Acre e exigir atenção redobrada dos produtores rurais com o solo e o manejo das lavouras

Luiz Eduardo Souza

O fenômeno La Niña, confirmado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), já começa a influenciar o regime de chuvas em todo o país, com impactos diretos sobre a agricultura e a pecuária na Região Norte. O boletim agroclimatológico divulgado nesta segunda-feira (13) aponta que o evento deve provocar extremos climáticos, gerando excesso de chuvas em algumas áreas e déficit hídrico em outras, o que traz desafios importantes para os produtores rurais.

Na Amazônia, o efeito da La Niña se manifesta de forma desigual. Enquanto Pará, Amapá e Roraima devem enfrentar períodos mais secos e temperaturas elevadas, o oeste e o sul da região Norte, que abrangem Acre, Rondônia e parte do Amazonas, tendem a registrar chuvas acima da média nos próximos meses. No Acre, as regiões mais atingidas serão o Vale do Juruá e o Alto Acre, com maior volume de precipitação em municípios como Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Assis Brasil, Epitaciolândia e Brasileia. Já o Baixo Acre, onde estão Rio Branco e Sena Madureira, pode alternar entre períodos de fortes chuvas e estiagens curtas.

Impactos no agro acreano e regional

O comportamento irregular do clima tende a afetar diversos setores do agro, exigindo planejamento dos produtores. O excesso de chuvas pode dificultar o acesso a ramais e comprometer o escoamento da produção, especialmente de culturas como banana, mandioca, milho e hortaliças. Além disso, o aumento da umidade eleva o risco de erosão e compactação do solo, prejudicando o desenvolvimento de raízes e exigindo práticas de conservação, como plantio em curvas de nível e cobertura vegetal.

Na pecuária, a intensificação das chuvas pode favorecer a recuperação de pastagens, mas também ampliar casos de infestação por parasitas e encharcamento de áreas de pasto, afetando o ganho de peso do gado. Já nas culturas mais sensíveis à umidade, como feijão, hortaliças e pimenta, o risco de proliferação de fungos e doenças aumenta, podendo gerar perdas na lavoura.

De acordo com o Inmet, esse cenário reforça a importância do planejamento agrícola e do manejo sustentável do solo e da água, com atenção especial ao calendário de plantio e às estratégias de drenagem. O acompanhamento constante das previsões meteorológicas deve ser uma aliada dos produtores para minimizar os impactos do fenômeno e garantir a continuidade da produção rural no Acre

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