Exportações de café do Brasil caem 18% em setembro, mas receita cresce

Tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos reduz embarques para o principal mercado comprador, enquanto setor busca diálogo diplomático para reverter prejuízos

Luiz Eduardo Souza

As exportações de café do Brasil somaram 3,75 milhões de sacas de 60 kg em setembro, volume 18,4% menor em relação ao mesmo mês de 2024, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Apesar da queda no volume, a receita aumentou 11,1%, alcançando US$ 1,36 bilhão. No acumulado dos três primeiros meses do ano-safra 2025/26, os embarques recuaram 20,6%, enquanto a receita avançou 12%, totalizando US$ 3,52 bilhões.

Entre janeiro e setembro de 2025, o país exportou 29,1 milhões de sacas, uma redução de 20,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior, mas com um aumento de 30% na receita, que atingiu US$ 11,04 bilhões. O desempenho foi impactado pela menor disponibilidade do produto, devido à redução dos estoques e à safra afetada por condições climáticas adversas.

Outro fator determinante foi o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre o café brasileiro, que resultou em uma queda de 52,8% nas importações americanas em setembro. Com isso, os EUA caíram para o terceiro lugar entre os principais destinos do café do Brasil, atrás da Alemanha e da Itália, que também reduziram suas compras. O setor busca agora negociações diplomáticas para tentar reverter ou amenizar os efeitos das sobretaxas e garantir a manutenção do mercado americano, considerado estratégico para o produto brasileiro.

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