Vale do Juruá é a região de maior vulnerabilidade social e econômica do Acre

Estudo é parte de uma conjunto de análises do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre

Redação
Índice de Vulnerabilidade Municipal é menor na Capital, comparado às demais cidades do Acre. (Foto: Cedida)

O Vale do Juruá é a região do Acre que concentra os maiores índices de vulnerabilidade social. A informação consta no Estudo Econômico Empregos Formais versus Bolsa Família: A vulnerabilidade da economia do Acre do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre.

A pesquisa demonstra que é preciso criar estratégias específicas para cada local e que as ações devem considerar as diferenças geográficas, culturais e econômicas de cada área. Confira o estudo completo aqui. 

A temática faz parte da nova série de divulgação de estudos do Fórum, que analisou o assistencialismo e empregos formais no Acre. Para entender melhor a relação entre ajuda do governo e empregos formais, foram criadas as seguintes ferramentas:

Índice de Vulnerabilidade Municipal (IVM) – mede quantos beneficiários do Bolsa Família existem para cada trabalhador formal (CLT) em um município, revelando o grau de dependência de programas sociais versus emprego formal;

Hiato Sociolaboral – é a diferença, em pontos percentuais, entre a proporção de beneficiários do Bolsa Família e a proporção de empregados formais na população municipal, mostrando o descompasso entre inserção produtiva e dependência assistencial

Com os indicadores é possível saber quais lugares têm mais pressão sobre o mercado de trabalho e maior dependência de programas sociais.

Conforme o estudo, em muitos municípios acreanos a desigualdade é grave. Há locais onde mais de 40 pessoas recebem ajuda do governo para cada trabalhador com carteira assinada.

É o caso de Marechal Thaumaturgo, no Vale do Juruá, por exemplo, onde havia 49 beneficiários do Bolsa Família para cada 1 trabalhador formal em 2022. A cidade é uma das quatro isoladas no estado acreano, com acesso apenas por barco ou avião.

“A elevada concentração de municípios com alta vulnerabilidade na mesorregião do Vale do Juruá sinaliza a urgência de políticas regionais integradas que abordem os gargalos estruturais e promovam a criação de oportunidades econômicas sustentáveis, contribuindo para a redução gradual da dependência de programas assistenciais e o fortalecimento da autonomia econômica local”, destaca o estudo.

Outras cidades que aparecem com altos índices de vulnerabilidade social são: Santa Rosa do Purus, Jordão e Porto Walter. Todos os municípios têm características semelhantes: são isolados.

Proporção de beneficiários do Bolsa Família supera em mais de 20% a de trabalhadores formais

Caracterizam-se por economias pouco diversificadas e limitadas oportunidades de emprego formal

Possuem hiatos sociolaborais mais elevados

“No Acre, a economia cresce pouco, há pouca variedade de atividades produtivas e muitos problemas estruturais. Isso torna os municípios muito vulneráveis. Para mudar esse cenário, é preciso entender melhor os fatores que tornam esses municípios vulneráveis. Também é necessário criar ferramentas que ajudem a enfrentar esses problemas”, diz parte do estudo.

Lado positivo e soluções

O estudo mostra também que Rio Branco é o município onde o número de empregos formais supera o de beneficiários do Bolsa Família. A região é a menos vulnerável.

Em 2024, o IVM foi de 0,82, graças à maior oferta de empregos formais na capital.

A pesquisa revela uma situação preocupante nas cidades do Acre. Há muita desigualdade entre quem recebe o Bolsa Família e quem tem emprego formal com carteira assinada.

O Índice de Vulnerabilidade Municipal (IVM) revelou dados preocupantes. Cidades como Marechal Thaumaturgo, Jordão, Santa Rosa do Purus e Porto Walter têm mais de 30 pessoas recebendo o Bolsa Família para cada trabalhador com carteira assinada.

Isso mostra que essas cidades dependem muito da assistência do governo e têm pouca capacidade de gerar empregos formais.

O Hiato Sociolaboral (HS) ajuda a entender melhor a situação das cidades. Em várias regiões, o número de pessoas que recebem ajuda do governo é mais de 20% maior que o número de trabalhadores com carteira assinada.

Isso mostra que muitas economias locais não conseguem aproveitar bem a força de trabalho disponível. Como resultado, continuam presas em ciclos de pobreza e vulnerabilidade social.

Concomitante, o estudo apresenta sugestões que podem ajudar a reduzir a vulnerabilidade social e econômica dos municípios do Acre. Dentre elas, estão:

Desenvolvimento Econômico Regional

Fundo de Desenvolvimento do Vale do Juruá

Infraestrutura e Conectividade

Políticas de Monitoramento e Avaliação: Sistema de Acompanhamento

Governança Regional

Geração de Emprego

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