Mudanças climáticas ameaçam cultivo de alface no Brasil

Estudo da Embrapa aponta risco alto ou muito alto em praticamente todo o território nacional até 2100.

Luiz Eduardo Souza

A alface, apreciada pela versatilidade e presença garantida em saladas e sanduíches brasileiros, pode enfrentar grandes dificuldades para ser cultivada em campo aberto nas próximas décadas. Projeções da Embrapa Hortaliças, em Brasília, indicam que, até 2100, quase todo o território nacional apresentará risco climático alto ou muito alto para a produção da hortaliça mais consumida do país.

O estudo utilizou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e modelos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), analisando dois cenários: um otimista, com controle parcial das emissões de gases de efeito estufa, e outro pessimista, de crescimento contínuo das emissões.

As projeções indicam que o verão será o período mais crítico, com temperaturas podendo superar 40°C em grande parte do País — bem acima do ideal para o desenvolvimento da alface, que exige clima ameno e umidade equilibrada. Entre 2071 e 2100, no cenário otimista (RCP 4.5), 79,6% do território terá risco alto e 17,4% muito alto. No cenário pessimista (RCP 8.5), 87,7% da área nacional estará sob risco muito alto.

O levantamento reforça a necessidade de estratégias de adaptação e inovação na produção agrícola, antecipando impactos climáticos e evitando prejuízos econômicos e alimentares futuros.

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