O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) descarta isolamento de propriedades em outras regiões afastadas do foco do Moko da Bananeira, confirmado em Rodrigues Alves. O que os engenheiros do instituto estão fazendo agora é cumprir o que determina a Instrução Normativa 17, de 27 de maio de 2009, estabelecida pelo Ministério da Agricultura.
Regiões com muitos bananais como Tarauacá e Acrelândia, por enquanto, não serão alvos de nenhuma ação específica. Mas o que se exige é que o produtor mantenha vigilância e redobre a atenção aos sinais da doença: murcha rápida, amarelecimento das folhas, a parte interna do falso caule fica com pontos marrons e o fruto fica murcho, com aspecto interno em tom de ferrugem. “Ao perceber os sintomas, o produtor deve procurar imediatamente o Idaf”, orienta a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal do Idaf, Gabriela Tamwing.
Uma equipe do Idaf foi deslocada para Rodrigues Alves e trabalha para identificar e erradicar as plantas doentes; isolar a propriedade e monitorar bananais em um raio de até 5 Km a partir do foco identificado. É o que determina a IN 17.
“Já vêm sendo realizados trabalhos, tanto na interdição da propriedade, como orientação ao produtor e aos produtores adjacentes. Foram realizadas inspeções ao redor do foco identificado”, afirmou a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal do Idaf, Gabriela Tamwing. “O Idaf vem trabalhando na erradicação do foco, como na contenção e na delimitação desse foco em Rodrigues Alves”.
O episódio do Moko da Bananeira trouxe ao Idaf a prática de uma série de situações que o instituto já vinha trabalhando com os produtores. Agora, chegou a hora de testar, efetivamente, a execução do sistema de proteção sanitária.
E isso, até o momento, tem ocorrido. A identificação ocorreu por meio de um técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) que informou formalmente ao Idaf. O instituto, imediatamente, reagiu, enviando a equipe ao local do foco. Amostras foram enviadas ao laboratório federal de referência para o Ministério da Agricultura. O resultado foi positivo e agora o Idaf está aplicando o que prevê as instruções normativas.
Propriedade do foco é interditada
O Idaf ainda não tem dimensão do prejuízo causado pelo Moko da bananeira na propriedade de Rodrigues Alves. Só terá números consolidados após o término do processo. A propriedade foi interditada. Isso significa que ela fica proibida de comercializar frutos e possíveis mudas produzidas não podem ser comercializadas
A identificação das plantas doentes é feita. Ela é eliminada, assim como todas as demais em um raio de 20 metros. Tudo isso para garantir o que os agrônomos do Idaf chamam de “status favorável de fitossanidade”.
Como prevenir?
A chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal do Idaf, Gabriela Tamwing, lembra que o Moko da Bananeira (também conhecida como Murcha da Bananeira) é uma doença quarentenária transmitida por uma bactéria (Ralstonia solanacearum).
Pragas quarentenárias são aquelas que não há um registro em todos os estados do país: os casos registrados são dispersos. Não há uniformidade da distribuição da doença. O controle disto é feito pelos institutos de defesa agropecuária.
Uma forma de prevenir, lembra a engenheira Tamwing, é ter cuidado na hora de adquirir as mudas da planta. “As mudas têm que ser de qualidade, certificadas”, ensina.
O problema é inédito no Acre, mas não no Brasil. Já foram registrados casos no Amapá, em Alagoas e Sergipe.
Transporte de mudas de uma região para outra também podem aumentar a possibilidade de dispersão do problema, assim como as mudas infectadas (o fator mais provável).