Entre janeiro e agosto de 2025, o Brasil registrou a quinta maior área queimada desde 2003, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) iniciou o monitoramento. No período, foram devastados 186.502 quilômetros quadrados (km²), dos quais 119.243 km² — o equivalente a 64% — ocorreram no Cerrado, bioma que mais sofre historicamente com os incêndios e que celebrou seu dia nacional em 11 de setembro.
Apesar da gravidade, os dados representam uma queda de cerca de 20% em relação a 2024, quando a área atingida chegou a 224.381 km². A redução, no entanto, contrasta com a expressiva diminuição no número de focos de queimadas: entre 1º de janeiro e 10 de setembro, houve recuo de 65%, passando de 167.452 em 2024 para 57.676 em 2025. No Cerrado, a queda foi de 47%.
O contraste fica evidente ao se observar a evolução da área queimada. Enquanto o total nacional recuou, o Cerrado registrou aumento: em 2024, foram 106.677 km² atingidos até agosto, contra mais de 119 mil km² neste ano. Apenas os anos de 2010, 2024, 2007 e 2005 tiveram números mais altos que os de 2025.
A tendência preocupa diante da permanência do clima seco em setembro. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), áreas que se estendem do Paraná até o Tocantins estão sob alerta de baixa umidade até a tarde desta sexta-feira, 12. O aviso inclui estados de todas as regiões do país, com maior gravidade nas áreas de Cerrado e Caatinga, onde as condições de propagação do fogo são mais severas.