A decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros deve trazer impactos significativos para o setor cacaueiro. Segundo estimativa da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), apenas em 2025, o prejuízo para a cadeia produtiva pode ultrapassar os US$ 36 milhões, caso a medida seja mantida. A entidade divulgou uma nota nesta segunda-feira, 5, manifestando preocupação com os efeitos econômicos da taxação.
O cacau brasileiro, embora tenha como foco principal o mercado interno, também tem presença relevante no comércio exterior, especialmente em produtos processados como manteiga e liquor de cacau. Com a tarifa, os preços perdem competitividade frente a outros países produtores, como Costa do Marfim e Gana, que continuam exportando com menores encargos ao mercado americano.
A AIPC defende que o governo brasileiro busque uma solução diplomática para evitar que a medida se prolongue e afete ainda mais a indústria nacional. A preocupação se estende não apenas aos exportadores, mas também a agricultores e processadores que podem sofrer com a redução de demanda. O setor teme retração de investimentos e perdas de empregos em uma cadeia que já enfrenta desafios logísticos e ambientais.