Agosto é um dos meses mais importantes para o calendário agrícola em diversas regiões do Brasil, inclusive na Amazônia. Com o encerramento do período mais intenso das chuvas e a entrada da estação seca em muitas localidades, produtores aproveitam as condições climáticas favoráveis para colher uma grande variedade de frutas, hortaliças e grãos. No Acre, o cenário não é diferente: o campo ganha ritmo com safras em pleno andamento, movimentando a economia rural e abastecendo os centros urbanos.
Entre os frutos que ganham destaque em agosto, estão a banana, o abacaxi e o mamão — três culturas tropicais perenes que mantêm colheita praticamente o ano todo, mas com boa oferta nesse período. Em propriedades familiares no entorno de Rio Branco, Feijó e Cruzeiro do Sul, também é comum encontrar limão, laranja e acerola sendo colhidos nesse mês. Já a castanha-do-brasil, colhida entre dezembro e abril, dá espaço para o beneficiamento e comercialização nesta época, sobretudo pelos extrativistas.
Nas hortaliças, agosto é um mês forte para colheita de alface, couve, coentro, cebolinha, cheiro-verde, rúcula e chicória, cultivadas em hortas irrigadas, especialmente nas regiões do Baixo Acre. Algumas famílias aproveitam a estação seca para plantar novas áreas de folhosas, já pensando na virada da estação. Também há espaço para tubérculos, como macaxeira (mandioca), que tem colheita contínua, mas ganha força em regiões com solo mais firme no verão amazônico.
No que diz respeito aos grãos, embora o Acre não tenha produção expressiva em escala industrial, milho e arroz de várzea colhidos no primeiro semestre ainda são escoados neste período. Em estados do Centro-Oeste e Sudeste, agosto marca a intensificação da colheita da segunda safra de milho (safrinha), impactando também os preços do frete e da ração animal em todo o país — inclusive no Acre, que depende da importação desses insumos.
Por fim, açaí colhido no início do ano em algumas áreas do Acre (como Cruzeiro do Sul e Tarauacá) chega à fase de beneficiamento e comercialização fora da época tradicional da safra amazônica, aproveitando estoques congelados para abastecer o mercado interno, que segue aquecido pela alta demanda do fruto.
Agosto é, portanto, um mês estratégico para a agricultura familiar, extrativismo e comercialização nos mercados e feiras. A movimentação de produtos garante renda no campo e diversidade na mesa dos consumidores urbanos.