A reportagem do ac24agro acompanhou, nesta segunda-feira (28), um workshop voltado aos produtores de cacau, realizado durante a programação da Expoacre, no Parque de Exposições de Rio Branco. A atividade reuniu cerca de 180 famílias de diversas regiões do estado, como Brasileia, Sena Madureira e municípios do entorno da capital.
O evento foi coordenado pela Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) e contou com a presença de técnicos, especialistas e produtores que já atuam na cultura do cacau no Acre. Segundo Joscley Azevedo, engenheiro-agrônomo e chefe do Departamento de Produção Familiar da Seagri, o workshop teve início às 9h e abordou nove temáticas, com a participação de representantes da CEPLAC do Pará.
“Eles apresentaram as inovações tecnológicas aplicadas à cultura do cacau ao nível nacional, além de depoimentos de produtores locais que já estão cultivando cacau com êxito no Acre. Também trouxemos experiências bem-sucedidas de outras regiões do estado”, explicou Azevedo.
Durante o evento, foi destacada a realização da Rota do Cacau, iniciativa do governo estadual que visa mapear e atualizar o cadastro de produtores em municípios que vão de Cruzeiro do Sul a Assis Brasil. O objetivo é fomentar políticas públicas e projetos direcionados às reais necessidades da cadeia produtiva do cacau.
Joscley também comentou sobre a parceria com a CEPLAC para ampliação do plantio. “Estamos firmando um termo de adesão para fomentar a distribuição de mudas de cacau. Apesar do Acre ainda ter uma área pequena cultivada, temos um nível tecnológico avançado. Queremos aumentar a produção com mais tecnologia e maior produtividade”, disse.
Ele destacou ainda que a cultura do cacau está fortemente ligada à agricultura familiar e que a recente recomendação da Anvisa, que pede maior percentual de cacau nos chocolates, pode impulsionar a demanda. “O Acre ainda não está pronto para suprir essa demanda, mas estamos trabalhando para organizar e ampliar a produção. Vamos focar em nichos de mercado, pois o nosso cacau é nativo e tem alto valor agregado”, ressaltou.
O engenheiro lembrou que o Acre é um dos dez centros de origem do cacau no Brasil e possui áreas de produção em terras indígenas. A Seagri já iniciou um trabalho de identificação desses cacaueiros nativos, com o objetivo de fomentar a produção de chocolate de origem e com selo local.
Produção de cacau nativo avança em terras indígenas
A reportagem também conversou com Arthur Manchineri, representante da Terra Indígena Mamuadá, que relatou o trabalho de produção do cacau nativo feito pelas comunidades locais.
“Estamos desde a colheita até o processo de fermentação e secagem das amêndoas, com o apoio da secretaria. A ideia é que, em breve, possamos produzir barras de chocolate com o cacau colhido em nossas terras. Já temos uma associação e pretendemos comercializar com nossa identidade, com um selo próprio”, afirmou Manchineri.
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