Aldo Rebelo ironiza Marina Silva e critica “paraíso da pobreza” na Amazônia

Ex-ministro reforça senso comum de defesa de um suposto "equilíbrio entre preservação ambiental e progresso" e fala de abandono da região em nome de "interesses internacionais"

Aldo Rebelo retoma críticas a Marina Silva e fala sobre o velho conceito de "progresso". (Foto: Sérgio Vale)

Durante coletiva na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), nesta sexta-feira (25), o ex-ministro Aldo Rebelo fez duras críticas à condução das políticas ambientais no Brasil, especialmente na região amazônica. Sem citar diretamente nomes a princípio, Rebelo falou em “conspiração permanente contra o desenvolvimento da Amazônia”, mas ao ser questionado por jornalistas, ironizou a atuação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. “Acho que depois de Eva foi a segunda mulher a abandonar o paraíso. Eva por amor, e ela, não sei por que razão. Diz que aqui é o paraíso, mas não quis viver nele”, disparou.

Para Rebelo, não há como sustentar o discurso de preservação ambiental sem considerar os indicadores sociais críticos da região. “As maiores taxas de mortalidade infantil, os piores índices de saneamento e os maiores índices de analfabetismo estão nas cidades com maior população indígena”, afirmou. Ele citou como exemplo o município de Uiramutã, em Roraima, que segundo o IBGE lidera o ranking nacional de analfabetismo. “O prefeito é indígena, o vereador é indígena, os secretários são indígenas. Isso mostra que as ONGs não protegem ninguém — protegem seus próprios interesses”, completou.

O ex-ministro também questionou a atuação do Fundo Amazônia, cobrando investimentos reais em infraestrutura básica. “Por que o fundo não financia aterros sanitários? Por que o lixo continua sendo jogado nos rios da Amazônia? Será que o paraíso que dizem defender é para os moradores ou para alimentar o marketing ambiental?”, provocou. Para ele, o bloqueio à infraestrutura — como rodovias, ferrovias e hidrovias — tem o objetivo político de inviabilizar a economia da região. “Se não há estrada, não há desenvolvimento. Ninguém carrega mercadoria no lombo do burro em pleno século XXI.”

Rebelo defendeu que é possível, sim, conciliar proteção ambiental com produção agropecuária, mineração e indústria, criticando o que chama de “moralismo seletivo” dos órgãos ambientais. “O narcotráfico avança, mas a prioridade do Estado parece ser perseguir o pequeno produtor que cria uma vaca ou planta uma roça. Isso é um crime social”, disse. O ex-ministro encerrou sua fala pedindo urgência na retomada de grandes obras como a Ferrovia Bioceânica e a estrada entre Cruzeiro do Sul e Pucallpa. “O Acre é a fronteira mais próxima do Pacífico. Temos riquezas enterradas e um povo empobrecido. Isso não é um paraíso. É um escândalo.”

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