A próxima safra da soja no Brasil contará com uma inovação no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc): além das condições tradicionais de clima e solo, o modelo passará a levar em conta também as boas práticas de manejo do solo adotadas nas propriedades rurais. A mudança começa como projeto-piloto no estado do Paraná e poderá ser estendida a outras regiões futuramente.
A nova abordagem, chamada Zarc Níveis de Manejo (ZarcNM), é uma iniciativa conjunta do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) com a Embrapa, e visa incorporar critérios que ampliem a retenção de água no solo, aumentando a disponibilidade hídrica para as plantas durante o ciclo da cultura. A expectativa é de que a prática ajude os produtores a mitigar os efeitos dos eventos climáticos extremos, como secas e veranicos, que têm afetado de forma recorrente o desempenho da produção agrícola.
A partir de agosto, os produtores paranaenses que aderirem ao projeto terão acesso a percentuais diferenciados de subvenção nas apólices do seguro rural, conforme o nível de manejo adotado em suas propriedades. Ou seja, quem adotar práticas mais eficientes de conservação e manejo do solo poderá obter benefícios financeiros maiores, o que funciona também como um incentivo à sustentabilidade no campo.
O ZarcNM é mais um passo do governo federal na tentativa de tornar a agricultura brasileira mais resiliente diante das mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que promove o uso consciente dos recursos naturais e a preservação da fertilidade do solo.