O mercado internacional de café encerrou a última semana sob forte volatilidade, reflexo direto do anúncio feito pelos Estados Unidos — maior consumidor mundial da bebida — de que pretende aplicar tarifas de 50% sobre todas as importações vindas do Brasil, o maior produtor global do grão. A medida acende um sinal de alerta entre produtores e exportadores e pode gerar impactos significativos em toda a cadeia do setor.
Apesar de o contrato do café arábica ter recuado levemente 1,2% na sexta-feira (18), encerrando o pregão da Bolsa de Nova York cotado a US$ 3,036 por libra-peso, a commodity acumulou alta de 6% ao longo da semana. Segundo analistas de mercado, esse movimento foi impulsionado pela crescente incerteza sobre o futuro das relações comerciais entre Brasil e EUA, o que tem elevado o nervosismo dos investidores.
Além das tensões tarifárias, o setor já enfrenta desafios como baixos estoques globais e gargalos logísticos, fatores que agravam ainda mais a sensibilidade dos preços e a insegurança dos mercados. Com o Brasil sendo peça-chave no abastecimento global de café, qualquer medida restritiva pode desencadear efeitos em cadeia na oferta, nos preços e na estabilidade dos contratos internacionais.